O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou claro nesta quinta-feira (14) ter ficado incomodado com a declaração de apoio da funkeira Anitta ao seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na disputa pelo Palácio do Planalto.
Em conversa com repórteres em Vitória do Mearim (MA) buscou desqualificar a cantora, que anunciou voto em Lula e pediu ao ex-presidente que faça a liberalização da maconha.
Bolsonaro disse que defender o uso da erva é o máximo que a funkeira consegue. “Vi a Anitta cobrando do Lula, né? ‘Tô te dando o maior apoião. Libera a maconha aí, Lula! É o limite dela, né?”, afirmou.
O presidente demonstrou que acompanha de perto a funkeira. E citou uma publicação da cantora que, inclusive, compartilhou. “Outro dia vi um vídeo dela também, e mandei para o Paulo Guedes. ‘Cuidado que você vai perder seu emprego de ministro da Economia'”, disse, em tom de deboche.
O vídeo é de 2019 e fala sobre a necessidade da preservação da Amazônia. Nele, a funkeira basicamente diz que não adianta a economia ir bem se não há oxigênio para as pessoas.
Anitta é uma das maiores influenciadoras digitais do país. No Instagram, tem mais de 63 milhões de seguidores, a maioria, jovens.
Para tentar fazer um contraponto à funkeira junto ao público que a admira, Bolsonaro disse que preserva a liberdade dos seguidores da cantora, e que o “candidato dela quer controlar as mídias sociais”.
“Que tem uma influência nos jovens [a funkeira], a gente reconhece. E o que eu faço para os jovens da Anitta? Eu tô garantindo a liberdade de vocês. Se vocês ficarem um dia sem rede social, sem zap, vocês vão entrar em depressão”, declarou.
“Olha que o candidato da Anitta quer controlar as mídias sociais. E eu tô dando, como sempre, garantindo esta liberdade de vocês nas mídias sociais. Então, vocês podem estar aí ajudando a eleger um cara que quer tirar de vocês a liberdade que você têm.”
Bolsonaro esteve em Vitória do Mearim para participar de encontro com lideranças evangélicas e, em discurso, voltou a se posicionar contra as drogas, o aborto e afirmar que uma família é formada por homem, mulher e seus filhos.
Fonte: Folha de São Paulo