A Argentina, um país atingido pela inflação altíssima, está proibindo os traders de Bitcoin de comprar dólares americanos à taxa de câmbio oficial em uma tentativa de domar a fuga de capitais.
A ideia é impedir que o dinheiro saia do país, o que pode ser feito facilmente com criptomoedas e dólares. Se uma pessoa ou empresa tiver pesos em sua conta e usá-los para comprar dólares americanos de uma bolsa regulamentada, eles poderão usar esses dólares para investir em criptomoedas como Bitcoin.
Isso significaria que os dólares americanos, de certa forma, deixariam o país, o que seria ruim para a economia da Argentina. No país sul-americano – que tem a terceira maior economia da América Latina – o governo de centro-esquerda do presidente Alberto Fernandez está apertando os controles cambiais e aumentando as taxas de juros para controlar a inflação.
A Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo. No momento, uma taxa anual de 64%, segundo o banco central. Essa é a segunda maior da região depois da crise da Venezuela.
A alta taxa de inflação no país sul-americano faz com que o mercado de criptomoedas seja grande na Argentina: o Bitcoin é sem dúvida uma aposta melhor do que o peso argentino, que está rapidamente perdendo valor. Os Bitcoiners há muito afirmam que o ativo funciona como uma proteção contra a inflação, já que o fornecimento das moedas digitais é limitado a 21 milhões. E apoiadores como a Human Rights Foundation rotineiramente apontam para as economias problemáticas da América do Sul como lugares onde o Bitcoin encontra seu verdadeiro caso de uso.
Em maio, o maior banco da Argentina, o Banco Galicia, com sede em Buenos Aires, lançou um serviço de criptomoedas para clientes, disponibilizando Bitcoin, Ethereum, USD Coin e XRP para compra – um serviço que pode já não ser mais tão popular agora com as novas restrições do banco central.