A Polícia Federal vai redobrar a atenção sobre militantes políticos que, na avaliação de policiais da área de inteligência da corporação, têm mais chances de promover agressões ou mesmo atentados contra os candidatos à Presidência da República.
Uma lista com os nomes de “potenciais agressores” está sendo elaborada, e essas pessoas serão monitoradas ao longo da campanha.
Entre os critérios levados em conta para a montagem da relação estão o envolvimento em episódios anteriores de agressão, o histórico de manifestações agressivas em atos públicos e, ainda, postagens radicais e com conteúdo violento publicadas nas redes sociais.
Também será considerado o potencial de liderança e a capacidade dos “potenciais agressores” de mobilizar outras pessoas em eventuais ataques.
Na campanha de 2018, a área de inteligência da PF já fazia algo semelhante, mas a ideia é aprimorar o monitoramento neste ano. Com a polarização da disputa, os policiais avaliam que os riscos à segurança dos candidatos serão maiores.
Em Juiz de Fora (MG), no evento em que Jair Bolsonaro foi esfaqueado, os policiais federais que faziam a segurança do então candidato monitoravam pessoas que participavam do ato e que, de acordo com os levantamentos preliminares, poderiam representar algum risco.
Entre essas pessoas, porém, não estava a que mais importava: Adélio Bispo, que desferiu a facada no então candidato, não figurava na lista.
O trabalho das equipes de inteligência, segundo fontes da PF a par do assunto, será o de observar a conduta dos “potenciais agressores”, sem abordagem, mas com olhar mais atento quando os monitorados estiverem presentes em manifestações ou em eventos de campanha.
A ideia é que os levantamentos da área inteligência facilitem o trabalho das equipes que acompanharão os presidenciáveis, de forma a “agir antes de a violência acontecer”, nas palavras de um delegado.
Como já mostrou a coluna, a PF trabalhará com uma escala de 1 a 5 para definir o grau de ameaça aos candidatos nos eventos de campanha e poderá recomendar o cancelamento de compromissos quando entender que o risco é alto.
Fonte: Metrópoles/ Coluna
Rodrigo Rangel