Uma cerimônia na catedral de Oslo, capital da Noruega, homenageou no domingo (26/6) as vítimas de um ataque a tiros no centro da cidade. Duas pessoas morreram e 21 ficaram feridas.
As vítimas foram baleadas dentro e fora do London Pub, um popular bar LGBTQ+, e perto do clube de jazz Herr Nilsen e de outro pub, localizados em um bairro conhecido pela vida noturna agitada.
O ataque aconteceu na madrugada do sábado, dia em que estava prevista a Parada do Orgulho LGBTQ+ de Oslo.
O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Stoere, estava na cerimônia de homenagem às vítimas.
Ele falou sobre como, mesmo após a marcha ter sido cancelada, milhares de pessoas ainda assim saíram às ruas agitando bandeiras de arco-íris.
A cidade estava cheia de pessoas que queriam falar sobre tristeza e raiva, mas também sobre apoio e solidariedade e a vontade de continuar lutando, pelo direito de cada indivíduo de viver uma vida livre, uma vida segura”, disse Stoere.
“Esses crimes nos lembram que esta luta não acabou. Não se está a salvo de perigos. Mas vamos vencê-la, juntos.”
A polícia considerou o ataque um ato de terrorismo islâmico.
Um homem de 42 anos foi preso e acusado de homicídio, tentativa de homicídio e atos terroristas.
Como foi o ataque?
O tiroteio começou por volta da 1h15 de sábado (25/6), no horário local (20h15 de sexta-feira, no horário de Brasília).
“Vi um homem chegar com uma bolsa, ele pegou uma arma e começou a atirar”, disse o jornalista Olav Roenneberg, da emissora pública NRK, que estava na área.
Uma mulher disse ao jornal Verdens Gang que o atirador mirou cuidadosamente em seus alvos. “Quando entendi que era sério, corri. Havia um homem coberto de sangue imóvel no chão.”
Outro homem contou ao jornal que viu muitas pessoas feridas no chão.
Dezenas de clientes do London Pub fugiram para o porão aterrorizados para tentar se esconder.
“Muitos ligaram para seus parceiros e familiares, parecia quase como se estivessem se despedindo. Outros ajudaram a acalmar aqueles que estavam extremamente aterrorizados”, disse Bili Blum-Jansen à TV2.
O atirador foi preso. Duas armas foram apreendidas na cena do crime, sendo uma delas automática.
Quem é o atirador?
O suspeito foi descrito pela polícia como um norueguês de ascendência iraniana chamado Zaniar Matapour, segundo a mídia local.
O atirador era conhecido pelos serviços de segurança desde 2015 como um “suspeito de ser um islamista radicalizado”.
Ele tinha um histórico de doença mental, disse o serviço de inteligência da Noruega.
Qual foi o motivo?
O ataque ocorreu no final de semana do orgulho LGBTQ+. “Há razões para pensar que pode ser um crime de ódio”, disse a polícia.
“Estamos investigando se o evento era um alvo em si ou se há outros motivos.”
O advogado do suspeito, John Christian Elden, disse à TV2 não ser possível tirar conclusões sobre as razões do ataque.
Qual foi a reação?
A Parada do Orgulho LGBTQ+ anual de Oslo, prevista para sábado, foi formalmente cancelada por recomendação da polícia.
Apesar disso, centenas de pessoas marcharam mesmo assim no final do dia, gritando: “Estamos aqui, somos queer, não vamos desaparecer!”.
“Acho fantástico que esta marcha esteja acontecendo, caso contrário ele teria vencido”, disse uma mulher de 50 anos à agência de notícias AFP.
Bandeiras de arco-íris e flores foram colocadas perto do local do ataque, enquanto os presentes se confortaram com abraços.
O rei Harald, da Noruega, disse que ele e sua família ficaram “horrorizados” com a violência. Ele afirmou que “devemos estar juntos” para defender “liberdade, diversidade e respeito um pelo outro”.
Logo após o “ataque terrível e profundamente chocante contra pessoas inocentes”, o premiê Stoere disse: “Para todos os homossexuais que agora estão com medo e de luto, digo que estamos todos com vocês”.
Logo após o “ataque terrível e profundamente chocante contra pessoas inocentes”, o premiê Stoere disse: “Para todos os homossexuais que agora estão com medo e de luto, digo que estamos todos com vocês”.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca disse ter ficado horrorizada com o ataque e expressou solidariedade à Noruega, segundo a agência de notícias Reuters.
E agora?
O nível de alerta terrorista do país foi elevado ao seu patamar mais alto.
Mas o serviço de inteligência do país disse que “não há indicação” de que outros ataques sejam prováveis.
Fonte/ Portal Yahoo.com