Nos primeiros quatro meses de 2022, 32,7 mil mulheres do Acre, entre 25 e 64 anos, realizaram a coleta de exame citopatológico em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses exames servem para a detecção precoce do câncer de colo de útero, uma doença silenciosa e tratável, se for diagnosticada logo no início.
Levar mais mulheres para realizar a detecção precoce do câncer de colo de útero é uma preocupação permanente do Ministério da Saúde. Projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca), aponta que cerca de 16,7 mil mulheres poderão ter câncer de colo de útero até o final de 2022. Nos serviços de Atenção Primária à Saúde do SUS, foram mais de 5,2 milhões de exames preventivos – também conhecidos como papanicolau – realizados no ano passado.
Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, existem mais de 42 mil Unidades Básicas de Saúde com cerca de 1.229 equipes de Atenção Primária atuando em todo o SUS onde as mulheres podem fazer o papanicolau e outros exames. Além disso, há mais de 317 hospitais e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer, que integram a rede SUS.
“É importante lembrarmos que muitas vezes, o câncer de colo de útero não apresenta sintomas no início. Sangramentos, dores, normalmente esses sintomas vão aparecer quando o tumor já está num estágio mais avançado. O exame preventivo, é a melhor forma de se conseguir detectar essas lesões em estágios iniciais e até mesmo quando ainda não são cânceres”, destaca a coordenadora-geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo do Ministério da Saúde, Patrícia Izetti.
A coleta de material citopatológico do colo de útero ou papanicolau é a principal forma de rastreamento e detecção precoce desse tipo de câncer e é indicado para mulheres de 25 a 64 anos a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.
QUADRO: De olho no resultado dos exames (Fonte: MS)
● Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, a mulher deverá fazer novamente o exame preventivo daqui um ano. Se já tem um resultado negativo do ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
● Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: deverá repetir o exame após seis meses;
● Lesão de alto grau: o médico decidirá como proceder da melhor forma. Pode precisar fazer outros exames, como a colposcopia;
● Amostra insatisfatória: deverá repetir o exame logo que for possível pois a quantidade de material não foi suficiente.
Para realizar a coleta de material para exame citopatológico de colo de útero, a mulher deve ir à uma unidade de saúde do SUS e agendar a consulta com os profissionais de saúde, que vão avaliar histórico e sintomas. A coleta do material é feita pelo médico, que provoca uma pequena descamação da superfície externa e interna do colo de útero com uma espátula e uma escovinha. As células colhidas são colocadas numa lâmina para serem analisadas em laboratório especializado em citopatologia.
Patrícia Izetti explica que, eventualmente, algumas instituições e hospitais de maior complexidade ofertam esse exame, mas em contextos muito específicos. “O exame citopatológico de colo de útero, também conhecido como exame preventivo ou Papanicolau, é ofertado nas Unidades Básicas de Saúde e a mulher deve procurar aquela UBS a qual ela está cadastrada e vinculada para que possa fazer o seu exame preventivo”, orienta.
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção dos SUS. É o primeiro contato que a população tem quando procura atendimento ou uma Unidade de Saúde da Família (USF).
Por meio da APS, as equipes de saúde promovem ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Esse serviço é realizado por uma equipe multiprofissional e dirigido à população em cada território definido, sobre os quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.