A família da pequena Amaru Henao Lopez, nascida no último dia 6, em Rio Branco, capital do Acre, vive um drama para tentar levá-la para a Colômbia, país de origem dos familiares. É que a mãe da recém-nascida, Dayanna Lopez Zuleta, de 21 anos, morreu 11 dias após o parto no pronto socorro da capital acreana e eles precisam de uma autorização judicial para deixar o Brasil com a bebê.
O pedido foi feito na Defensoria Pública do Estado (DPE-AC), em Rio Branco. O defensor responsável pelo pedido informou à família que entrou em contato com a juíza responsável pelo julgamento e reforçou o pedido de urgência para o caso.
Dayanna estava no Acre há três meses com o namorado e pai da criança, Jesus David, de 22 anos. O casal era artista de rua, vivia da renda de tatuagens e malabarismo nos semáforos. A certidão de óbito diz que Dayanna morreu de tromboembolismo pulmonar, coagulação intravascular disseminada e complicações do puerpério.
Após a morte, os pais da estrangeira viajaram até o Acre para ajudar nos trâmites, levar o corpo da filha e para o país de origem e a neta para ficar com eles na Colômbia. Contudo, eles não podem sair do Brasil sem uma autorização judicial de viagem para a bebê, que é brasileira e os pais estrangeiros.
Além da autorização judicial, a criança também precisa receber alta médica. Ela foi internada na manhã desta segunda-feira (27) no pronto socorro da capital com diagnóstico de bronquiolite.
“Sempre falávamos com a Dayana, ela estava bem. Após o parto, ela disse que se sentia um pouco doente, mas pensamos que era consequência do parto porque a amamentação deixa a saúde um pouco debilitada. Porém, estava apresentando uma enfermidade. Ela disse que tudo era coisa do pós-parto. David foi quem nos avisou, avisou para Roberto [pai de Dayanna] que me avisou que ela estava morta”, contou emocionada a mãe de Dayanna e avó da bebê, Noorby Solyp Zuleta Jimenez.
Auxílio
Jesus David e os pais de Dayanna receberam ajuda da enfermeira Luciana Paula dos Santos e do marido dela, o representante comercial Chesman Barata. Foi Luciana que amparou Jesus David no PS quando ele soube da morte da mulher e comprou leite para a pequena Amaru que chorava com fome.
A enfermeira se comprometeu em cuidar da bebê enquanto o rapaz resolvia os trâmites da morte de Dayanna, ligava para a família e dava início ao processo de repatriação do corpo. Amaru foi levada para casa de Luciana, no Conjunto Habitar Brasil, e depois o pai e os avôs também ficaram hospedados na residência.
“O documento que passaram para nós não foi aceito pelo cartório. O documento é para os avôs levarem a criança porque ele [Jesus David] vai por terra para levar um cachorro de estimação que era apegado com a Dayanna. Criança brasileira com pais estrangeiros precisa de uma autorização judicial para ir embora”, contou Chesman Barata.
O representante comercial também buscou a Polícia Federal e foi orientado a entrar na Justiça. Ele, então, levou os avôs da bebê e o pai na Defensoria Pública do Acre, na última sexta (24), onde foi dada entrado no processo.
“Está em segredo de Justiça, a juíza ficou de avaliar hoje [segunda 27]. Eles precisam viajar dia 1º de julho, Jesus precisa ir para receber o corpo na Colômbia, vai fazer Brasil, Peru, Equador e Colômbia. São quase cinco dias de viagem para chegar lá”, destacou.
O corpo de Dayanna saiu do Acre na última quarta (22) e está em São Paulo aguardando o translado para a Colômbia. O drama da família, inclusive, virou reportagem no país colombiano.
“Agora nossa previsão é de que dia 1º a gente encerrasse essa situação e a Amaru começasse uma nova história na Colômbia, mas complicou tudo. Ela adoeceu, está na pediatria no Huerb [PS], estão ajudando muito e, se o tratamento for mesmo de sete a oito dias, não vão ter como viajar agora”, falou preocupado Chesman Barata.