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Em visita ao PS, deputados identificam falta de medicamentos em meio a surto de doenças respiratórias: “Falta até dipirona

Na manhã deste domingo (12), o deputado Jenilson Leite (PSB), acompanhado dos deputados Daniel Zen (PT), Jonas Lima (PT), Nenem Almeida (Podemos) e Edvaldo Magalhães (PCdoB), visitou o Pronto-Socorro de Rio Branco para verificar de perto o atendimento de emergência pediátrico dado neste momento em que o Acre vive um surto de síndromes respiratórias em crianças.



O cenário visto pela comitiva foi de total despreparo do poder público diante do problema que já havia sido alertado com antecedência por médicos e pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), que há semanas divulgava boletins que identificavam o crescimento das síndromes no Acre.


Médico infectologista, Jenilson Leite tem acompanhado de perto e com muita preocupação a situação.



“A situação é preocupante, temos profissionais sobrecarregados, falta de leitos de UTI, problemas estruturais na ala de emergência e de UTI, falta medicamentos básicos, como dipirona, tramal, sulfato de magnésio, aerolin, todos medicamentos importantes para esse momento. Diante de um surto como esse, onde crianças estão adoecendo e algumas perdendo a vida, deixar faltar esses remédios é o atestado de ineficiência do poder público. Os profissionais aqui estão fazendo todo o possível, mas precisam ter condições de trabalhar”, destacou Jenilson.


A preocupação do parlamentar é compartilhada pelos profissionais. O único pediatra de plantão neste domingo, Dr Gibson de Souza, disse que diariamente a situação é de incerteza, sem saber se as crianças em situação grave terão vaga em UTI.


“Eu estou nesse momento sozinho aqui, o que não é cabível, para a demanda precisava ser ao menos três para dar conta. Estão ocorrendo muitos quadros graves, que precisam de um suporte maior. Quase todos os dias tem criança precisando de UTI. Nossa unidade não consegue dar um suporte necessário, esse é um lugar para estabilização do paciente, de onde ele tem que ser transferido em no máximo 24h, mas tem criança ficando aqui 7,8 dias”, disse.



Os pais e mães seguem apreensivos, principalmente dada a gravidade da situação, que é nova e já matou, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 9 crianças em apenas dois meses.


Operadora de caixa em um supermercado na Capital, Geliciane está com o filho de 1 ano e 8 meses internado. Há duas semana ela não vai trabalhar para cuidar do filho. “Não sei nem se vou ter emprego quando sairmos daqui, mas meu filho é minha prioridade “, disse.


Geliciane reconheceu o esforço das equipes do hospital, mas criticou a falta de estrutura. “Cheguei aqui é não tinha dramim, foi preciso os profissionais se mobilizarem para conseguir. Antes de chegar aqui rodei em upas e não tem pediatra, ninguém examinou meu filho, disseram que ele estava bem sem terem passado um exame e mandaram para casa, no outro dia cheguei aqui e descobrimos uma bronquiolite”.


Os deputados ouviram o relato atentamente e concluíram que na próxima sessão, na terça-feira (14), vão pedir que o presidente da Casa convoque o Governo para dar explicações.


“Essa situação precisa ser resolvida, temos pais e mães em desespero, pessoas que vieram de outros municípios, como uma mãe do Jordão sozinha com seu bebê de 1 ano aqui, crianças sofrendo e o Estado precisa dar uma resposta e agir com rapidez e eficiência para resolver esse problema. Nós vamos cobrar isso”, pontuou Jenilson.


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