As informações de que pelo menos 11 crianças morreram em unidades de saúde do Acre por problemas decorrentes de atendimento inadequado no combate a doenças da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) levou o Ministério Público do estado do Acre (MPAC) a se movimentar em relação ao caso. A doença que teria matado as crianças acreanas abrange casos de síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória, a qual, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica.
O MPAC, para averiguar denunciar de mães e pais das crianças falecidas, realizou, na tarde de segunda-feira (27), inspeções na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sobral, no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco e no Instituto Nacional De Traumatologia e Ortopedia (Into) do Acre.
O objetivo da ação foi aferir as condições de atendimento a crianças diagnosticadas com síndrome respiratória nas três unidades vistoriadas. A equipe responsável pela inspeção contou com a participação do procurador de Justiça Francisco Maia Guedes, coordenador do Centro de Apoio Operacional (Caop) de Defesa da Infância e Juventude, dos promotores de Justiça Ocimar Sales e Diana Soraia Pimentel e de representantes do Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC).
Além de inspecionar a estrutura das unidades, o MPAC também buscou coletar informações quanto aos serviços de pediatria disponibilizados, os insumos da rede e a capacitação dos médicos que atuam na área.
De acordo com o promotor de Justiça Ocimar Sales, a inspeção nas unidades acontece em um momento importante e ajudará a guiar as ações do Ministério Público, que investiga a morte de crianças por síndrome respiratória aguda grave.
Na última sexta-feira, a 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, juntamente com o CRM, fiscalizou o Hospital da Criança de Rio Branco e constatou a necessidade de adequações imediatas, tais como a melhoria do espaço dos leitos pediátricos e o aumento do número de profissionais de enfermagem, e vai cobrar providências da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) para que as falhas sejam corrigidas.