O corpo do médico Fábio Maia, de 44 anos, agredido até a morte dentro de casa no Paraná (PR), chega à capital do Acre, Rio Branco, às 22h desta terça-feira (7) para velório e enterro. O médico morava em Prudentópolis, na região central do estado paranaense, há quatro anos.
O médico será velado na Rua 16 de Outubro, no bairro Quinze, na capital acreana. Já o enterro está marcado para as 15h, no Cemitério São João Batista.
Ele se mudou para o Paraná para trabalhar no Programa Mais Médicos. Fábio Maia era casado há 21 anos e deixa dois filhos, de 16 e 20 anos.
Um jovem de 19 anos que estava na casa da vítima foi identificado pela polícia como o responsável pelas agressões. A Polícia Militar (PM) do estado disse que o suspeito acionou o socorro. Ele foi preso e levado à delegacia. Na residência, os socorristas encontram marcas de sangue na cama e nas paredes. Também foram apreendidos pela polícia três celulares na casa, sendo dois da vítima e um do suspeito.
Ao g1, a esposa do médico falou sobre o crime. Valéria Bastos de Miranda também é médica e trabalha e mora em São Paulo e disse desconhecer a motivação que levou o rapaz a matar o marido. Ela contou que o suspeito morava em outra cidade e conheceu o médico há cerca de 3 meses.
A partir de então, o rapaz passou a frequentar a casa de Maia para beber. No dia do crime, segundo Valéria, o médico estava bebendo com o suspeito.
“Só via ele alguns finais de semana porque gostava de tomar a cerveja dele. Ele morava em Guarapuava, uma cidadezinha mais próxima, mas não era vizinho. Um amigo médico me avisou [do crime]”, lamentou.
Ao saber da morte do marido, Valéria viajou de São Paulo para o Paraná para reconhecer e liberar o corpo de Maia. A médica e o marido saíram de Rio Branco há quatro anos, mas os familiares continuam morando no estado acreano.
“Pelo depoimento dele é como se fosse um crime simples porque alega que meu marido chegou batendo nele e só se defendeu. Quero justiça. Fui na casa e desconheço o motivo por ter feito isso. Não sei, não foi levado nada, entrei lá e estava tudo lá. Não sei o que aconteceu”, disse abalada.
Médico não era agressivo
O rapaz preso disse à polícia que foi atacado pela vítima e então revidou com socos e chutes. Ele confessou também que matou porque estava drogado. Porém, Valéria contesta a versão e afirma que o marido não era agressivo e nunca bateu em ninguém.
“Meu esposo nunca levantou a mão para ninguém, tinha pavor de briga, nunca ninguém bateu nele, nunca bateu nos meus filhos, nem em mim. Isso é uma tremenda mentira. Ele fez corpo de delito e não tinha nenhum arranhão, já meu marido ficou com a face destruída porque só levou chutes e socos no chão. As mãos estavam muito machucadas tentando se defender”, recordou.
Sobre a versão do suspeito de que ele e o médico tinham um relacionamento amoroso, Valéria também negou a informação. “É mentira, muita mentira. Queria manchar a imagem do meu marido”, afirmou.
Por nota, a Prefeitura de Prudentópolis lamentou a morte do médico e afirmou que Fábio “deixa como legado o seu admirável trabalho em favor da saúde dos munícipes de Prudentópolis e seu exemplo de profissional dedicado e ético”.