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Comerciante constrói o próprio jazigo, põe foto e até aponta data de morte: ‘em breve’

Jazigo de Cleyton Melo de Sousa, que construiu própria catacumba em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp
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O cemitério de Vila Mendes, em Limoeiro, no Agreste pernambucano, ganhou uma construção que está dando o que falar. Um comerciante ficou “famoso” no pequeno distrito de pouco mais de 7 mil habitantes ao erguer o próprio jazigo. No espaço reservado para a data do óbito está escrito “em breve”, ao lado de uma foto colorida dele, que ainda está bem vivo.


“Não tenho medo de morrer. Estou esperando por ela [a morte]”, declara Cleyton Melo de Souza, em entrevista por telefone ao g1.
Aos 36 anos, casado e pai de três filhos de 6, 11 e 18 anos, Cleyton é dono de uma padaria localizada em Mendes, distante seis quilômetros do Centro de Limoeiro. Na localidade, a vida é bem tranquila e o celular nem sempre pega direito.


A padaria ele herdou de um cunhado. Bem de saúde e tranquilo quanto aos negócios, ele disse que pensou na obra da própria tumba para “ser homenageado ainda em vida”.


“Eu ia ao cemitério para acompanhar enterros e ficava pensando nas pessoas que estavam lá, num cantinho, e ninguém via. Eram homenagens discretas. Aí, fiz a minha tumba para ver as pessoas me homenageando de verdade”, afirmou o comerciante, se divertindo da inusitada construção.


O jazigo de Cleyton custou R$ 3.500, incluindo o “terreno”, material e mão de obra. “Fui lá e falei com http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrador, disse que ia fazer e ele deixou”, contou.


Jazigo de Cleyton Melo de Sousa, que construiu própria catacumba em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp

Na obra, em formato de “capelinha”, há espaço para dois caixões. É possível observar duas fotos de Cleyton, e um local para acender velas e colocar plantas.


O serviço terminou em 2021, mas começou a ganhar mais notoriedade depois que uma pessoa foi ao pequeno cemitério, se deparou com a construção e gravou um vídeo.


Essas imagens, enviadas para ao g1 pelo WhatsApp, mostram com detalhes a construção feita pelo comerciante, com direito a uma narração.


“Por favor, vê que visão isso aqui”, começa o homem no vídeo. “Isso mesmo. Dá uma pausa no vídeo aí. Isso mesmo. O rapaz ainda está vivo e já fez a própria catacumba”, informa o visitante do cemitério de Mendes.


Cleyton disse que não sabe quem é a pessoa que fez o registro, mas se divertiu ao saber que estava “ficando conhecido”.


O comerciante contou que tudo começou na época do primeiro pico da pandemia, ainda em 2020.


Ele admitiu ter ficado abalado com mortes de pessoas próximas e passou a refletir sobre como seria o seu próprio óbito e como “seria lembrado” pelos familiares e amigos. Assim, descobriu que gostaria de não ser apenas mais um morto naquele cemitério.


Passado certo tempo, começou a ser divertir com a repercussão provocada pela construção do jazigo para ele mesmo. E até se surpreendeu com as pessoas visitando a sua catacumba, no Dia de Finados, em 2021.


“Estava curioso para saber como seria. Fui lá e vi o pessoal colocando velas lá. E tinha muita vela, viu. Fiquei pouco tempo para as pessoas não ficarem brincando muito lá”, disse.


Sobre a obra, Clayton afirma que tem “orgulho” do produto final. “Tem espaço para dois caixões”. Sobre o fato de ter escrito “em breve” no espaço para a data de morte, ele respondeu rápido. “Pode ser daqui a cinco horas ou 50 anos”, declarou.


O bom humor de Cleyton só diminui quando fala sobre a reação da própria mulher. “Ela ficou meio brava. E eu ainda disse que ia colocar a foto dela também”, contou, em tom de brincadeira.


Em relação aos amigos, o comerciante definiu de maneira resumida a situação: “O apelido ainda não pegou muito, mas já me chamam de Clayeton da Tumba”. Ao se despedir, garantiu que iria se cuidar e cumprir a recomendação de “ficar bem vivo”.


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