Com inflação de 11,73% no acumulado de 12 meses, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apelou a empresários do setor de alimentos para que diminuam a margem de lucro na produção e na venda de produtos da cesta básica.
“Nós devemos, em momentos difíceis como esses, todos nós colaborarmos. Então o apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes”, declarou o presidente, nesta quinta-feira (9), referindo-se, indiretamente, aos mais de 33 milhões de brasileiros que estão com fome.
No cálculo do presidente, que vai tentar a reeleição em outubro e precisará enfrentar o aumento da fome no país, a redução da margem de lucro dos donos de supermercados pode ajudar a amenizar os altos índices de inflação.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulou neste ano alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, alcançou 11,73%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.
Segundo Bolsonaro, óleo de soja, ovos, leite, açúcar e café são alguns dos produtos que encarecem a cesta básica.
“Eu sei que a margem de lucro tem cada vez diminuído mais também, mas colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica. Esse é o apelo que eu faço aos senhores e, se for atendido, eu agradeço e muito”, afirmou.
As declarações de Bolsonaro foram dadas por videoconferência em um fórum da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ele está nos Estados Unidos, onde participa da Cúpula das Américas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também participou do evento da Abras por videoconferência. O ministro está em Paris, onde vai participar de encontro anual do Conselho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Acompanhando o apelo de Bolsonaro, Guedes pediu aos varejistas que congelem os preços até 2023. “Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar os preços aí dois, três meses. Nós estamos em uma hora decisiva para o Brasil”, disse o ministro.