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Biólogo alerta que cachorros do mato estão ameaçados de extinção na Amazônia

Foto: reprodução

Dois tipos de cachorros do mato, um deles o cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus microtis), espécie de canídeo endêmica da Amazônia brasileira, estão ameaçados de extinção. A causa é o desmatamento das florestas cujas derrubadas tira o espaço dos raros e ariscos canídeos da Amazônia. Além do cachorro-do-mato-de-orelha-curta, os riscos incluem o cachorreo-vinagre, um cão encontrado desde a Costa Rica e Equador na América Central e em grande parte da América do Sul, incluindo Brasil, Bolívia e Paraguai – são canídeos que habitam principalmente florestas de várzea de até 1900 metros de altitude.


O alerta emergiu de um levantamento liderado pelo biólogo brasileiro Daniel Rocha, da Universidade da Califórnia em Davis, Estados Unidos, e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. As pesquisas avaliaram as informações obtidas por armadilhas fotográficas distribuídas por quase toda a Amazônia nos últimos 20 anos, as quais obtiveram 307 registros, dos quais 191 eram novos. As imagens indicaram que os animais vivem bem em áreas de floresta fechada e evitam as áreas abertas. A publicação é do Site Biólogo.


A pesquisa concluiu concluíram que a distribuição geográfica da espécie cachorro-do-mato-de-orelha-curta pode encolher 30% até 2027, devido à perda de vegetação nativa, e recomendaram a mudança da classificação internacional dessa espécie de quase ameaçados para vulneráveis. No entanto esta espécie conseguiu se adaptar em condições muito diversas, como savanas úmidas e outros habitats próximos a rios, podendo ser encontrados em ambientes mais secos, como cerrados e pastagens abertas.


São caçadores diurnos, de dieta exclusivamente carnívora, predando o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), a paca (Agouti paca) e animais como cutias, capivaras, e grandes roedores como presas típicas. Caçam normalmente em pequenos grupos, mas também podem caçar sozinhos.


Os animais adultos têm pelo castanho-amarronzado longo e macio, de tom avermelhado mais claro na cabeça, pescoço e dorso, enquanto a parte de baixo é escura, às vezes com uma mancha mais clara na garganta. Indivíduos mais jovens, no entanto, têm pêlo preto em todo o corpo.


São animais inteligentes que desenvolvem estratégias de caça sofisticadas, quando parte da matilha persegue a caça em terra e outra parte a espera na água, montando emboscadas. São capazes de subjugar presas muito maiores, como queixadas e emas. Uma matilha de seis cães foi relatada caçando uma anta de 250 kg.


De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a espécie cachorro vinagre encontra-se quase ameaçada. Entre os problemas para a conservação destaca-se a destruição e degradação do seu habitat.


Doenças como a raiva, parvovirose (doença causada pelo parvovírus, que acomete filhotes e adultos, inclusive os dom[esticos) e sarna sarcóptica, são outros desafios complexos. Dados de fragmentos florestais na Amazônia demonstram que o cachorro-vinagre precisa de grandes áreas florestais e que é pouco provável que consiga persistir fora de áreas de floresta contínua.


Existem três subespécies reconhecidas: o Cachorro-vinagre-sul-americano (Speothos venaticus venaticus); o Cachorro-vinagre-panamenho (Speothos venaticus panamensis) e Cachorro-vinagre-do-sul (Speothos venaticus wingei).


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