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A transição silenciosa que começou no Reino Unido entre rainha Elizabeth 2ª e príncipe Charles

Foto: reprodução

Entre todo o simbolismo deste feriado, quando se celebra o Jubileu de Platina da Rainha Elizabeth 2ª no Reino Unido, haverá uma peça que se destacará de todas as outras: a carruagem dourada da monarca.


O veículo será a peça central do desfile que seguirá a mesma rota de quando Elizabeth 2ª foi coroada — da Abadia de Westminster ao Palácio de Buckingham.


Pesando quatro toneladas, a carruagem de 250 anos é um lembrete da riqueza e glória passadas do antigo domínio britânico dos oceanos e de outros continentes.


A rainha andou nela para sua coroação e em suas procissões do Jubileu de Prata e de Ouro.


Este ano, no entanto, estará vazia. A rainha Elizabeth 2ª, de 96 anos, estará ausente no evento desta sexta-feira (3/6). O Palácio de Buckingham informou que ela sentiu um desconforto após assistir na quinta-feira (2/6) a um desfile em sua homenagem.


Diante disso, o único motivo para admirar a carruagem, que é puxada por oito cavalos Windsor Grey, é sua magnífica talha e as imagens de sua coroação que serão projetadas em suas janelas.


Há quem diga que, embora não se espere uma mudança no trono em breve, as atividades do Jubileu são um sinal de que começou uma transição com o herdeiro, o príncipe Charles, que substituiu a rainha publicamente em vários compromissos.


Jubileu ‘diferente’

Ao contrário deste ano, quando quase não foi vista em suas atividades de aniversário, em 1977, ano de seu Jubileu de Prata, a monarca visitou 36 condados diferentes no Reino Unido, além de nove países da Commonwealth, grupo que reúne ex-colônias britânicas, como Austrália, Canadá e Nova Zelândia.


Um quarto de século depois, em 2002, viagens nacionais e internacionais marcaram seus 50 anos no trono. E, em 2012, por ocasião do 70º aniversário de sua coroação, ela optou por percorrer o Reino Unido, incumbindo as visitas ao estrangeiro a outros membros da Família Real.


Porém, este ano é muito diferente. Tudo o que o Palácio dirá, diz Jonny Dymond, correspondente da BBC especializado em família real, é que a rainha “está ansiosa” para participar das várias cerimônias e celebrações realizadas em sua homenagem.


Os problemas de mobilidade que agora a afetam após uma longa vida de atividade fizeram com que ela se recusasse a participar da maioria dos eventos.


Início da transição

Quando a rainha for vista ao longo deste Jubileu, será principalmente na sacada do Palácio de Buckingham, acrescenta Dymond, como aconteceu nesta quinta-feira (2/6), quando ela e a maior parte dos membros ativos da família real, assistiram ao desfile militar em sua homenagem.


Mas a sua não será a única ausência notável. Seu marido, o príncipe Philip, que a apoiou discretamente durante seu reinado, morreu no ano passado. Esta é a primeira grande cerimônia real em que ele não estará presente.


O príncipe Andrew, por sua vez, também não será visto com a mãe porque está afastado da família real devido às ligações que tinha com Jeffrey Epstein, o falecido milionário acusado de exploração sexual infantil nos EUA. Segundo um comunicado do Palácio de Buckingham, ele não participará dos eventos desta sexta-feira (3/6) porque contraiu covid-19.


Tampouco será visto o príncipe Harry, que partiu para os EUA com sua esposa Meghan Markle quando decidiram deixar a família real.


Ele e sua família, por exemplo, não dividiram a sacada principal do Palácio de Buckingham com o restante da família real durante a parada “Trooping the Colour”, que marcou o primeiro dia dos eventos, nesta quinta-feira (2/5).


Em vez disso, os holofotes voltam-se para seu primogênito e herdeiro.


Charles sob os holofotes

O príncipe Charles era o membro mais velho da família real em Londres na cerimônia do Remembrance Sunday, dia em que o Reino Unido homenageia seus cidadãos que morreram em conflitos militares e que é comemorado em novembro.


O príncipe de Gales também liderou o Royal Holy Service em abril, uma das cerimônias religiosas mais antigas da família real britânica, na qual, por tradição, o ocupante do trono dá dinheiro a quem precisa.


E foi Charles quem leu o discurso da rainha na abertura do Parlamento no início deste mês.


Nos últimos seis meses, três das grandes cerimônias da monarquia — militares, religiosas e constitucionais — foram presididas pelo filho de Elizabeth 2ª.


“Da maneira mais britânica possível, não declarada, não escrita e não falada, a transição começou”, diz Dymond.


Despedida

O Jubileu de Prata de 1977 foi uma oportunidade para fazer uma pausa, com grande parte do reinado por vir, para olhar para trás e para frente. O Jubileu de Ouro de 2002 foi um recomeço após uma década abalada por escândalos, divórcios e erros. Em 2012, o Jubileu de Diamante foi uma reafirmação do lugar da rainha nos afetos da nação.


“Este Jubileu de Platina será diferente. Porque esta é uma despedida”, diz Dymond.


Não da própria rainha, adiantou o correspondente real, acrescentando que ela está, segundo os especialistas, “com boa saúde”, apesar dos problemas de mobilidade. Nem haveria uma mudança dela como soberana.


“Mas este fim de semana é uma despedida de sete décadas de serviço público, de sua presença nos atos solenes que impactam a esfera pública todos os anos”, acrescenta.


Dymond entende que seu retorno às cerimônias de Estado parece improvável. Elizabeth 2ª é vista mais próxima de seus afetos pessoais do que em seus eventos públicos.


Uma era está chegando ao fim. E, neste Jubileu, a nação tem a oportunidade de celebrá-la com festa e agradecimento.


Fonte: BBC NEWS


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