Personal é indiciado por agressão e morador de rua responderá por difamação

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) finalizou, nesta sexta-feira (20/5), o inquérito policial do caso envolvendo o personal trainer Eduardo Alves e o ex-morador de rua Givaldo Alves, que ocorreu em 9 de março, em Planaltina. A 16ª Delegacia de Polícia Civil ficou responsável pela investigação.


Segundo a conclusão policial, o morador de rua responderá pelo crime de difamação praticado contra Sandra Mara Fernandes, a mulher casada com o personal e envolvida no caso. “Não sendo indiciado por outro suposto crime averiguado em face de investigação”, ressalta o inquérito. Já o personal trainer responderá pelo crime de lesão corporal leve praticada contra o morador de rua.


Em nota enviada ao Correio, os advogados do casal Eduardo Alves e Sandra Mara Fernandes destacaram que acompanham o inquérito policial desde o início dos fatos e que farão um pronunciamento oficial em breve. Além disso, pedem cooperação na divulgação de notícias.


A defesa de Givaldo ressaltou o fato de a polícia não ter considerado que houve estupro de vulnerável. “As graves e profundas feridas provocadas pela injusta acusação de estupro de vulnerável demorarão para cicatrizar, mas o sentimento é de que a justiça imperou, como deve ser”, escreveram os advogados de defesa Mathaus Agacci e Anderson de Almeida, em nota.


Confira a nota dos advogados do casal na íntegra:


“A defesa técnica de Sandra Mara Fernandes e de Eduardo Alves de Souza, informa que vem acompanhando a investigação policial há 69 dias. Durante todo esse período de tempo nenhuma informação foi publicizada por parte da nossa equipe jurídica, ainda que as informações processuais fossem totalmente benéficas para os nossos constituintes.


Entendemos que uma vez decretado o sigilo e o segredo de justiça por imperativo legal e judicial, nos compete o seu fiel cumprimento. Assim sendo, solicitamos máxima cooperação da imprensa para evitar a propagação de informações levianas, precipitadas ou inverídicas.


Na segunda-feira (23/05/2022), nos reportaremos ao Poder Judiciário para requerer providências, CONSIDERANDO, o ocorrido nesta data, e, em ato posterior, faremos um pronunciamento oficial com intuito de que a verdade prevaleça e de que nossos constituintes tenham a garantia de continuar suas vidas em paz.”


Veja a nota dos advogados de Givaldo:


A defesa técnica de Givaldo Alves de Souza, capitaneada pelos advogados Mathaus Agacci e Anderson Almeida, da banca Agacci & Almeida Advocacia Criminal, recebeu com muita serenidade, na data de ontem (20.05), o relatório final das investigações dos fatos ocorridos em 09.03.2022.


Concluiu o i. Delegado de Polícia que presidiu as investigações aquilo que nós sustentamos desde o início: nosso cliente, o Givaldo, não cometeu qualquer crime. Não houve estupro de vulnerável!


Em realidade, as investigações foram concluídas apontando o Givaldo tão somente como vítima de brutais e covardes agressões perpetradas pelo Sr. Eduardo Alves de Sousa, que restou indiciado pelo crime de lesões corporais.


As graves e profundas feridas provocadas pela injusta acusação de estupro de vulnerável demorarão para cicatrizar, mas o sentimento é de que a justiça imperou, como deve ser.


Relembre o caso


Na noite de 9 de março, o personal trainer Eduardo Alves agrediu um homem em situação de rua em Planaltina. As agressões aconteceram após o marido flagrar a mulher, Sandra Mara Fernandes, e Givaldo Alves tendo relações sexuais no carro dela. Na ocasião, câmeras de segurança registraram a briga e o ex-sem-teto saindo nu do veículo. Givaldo chegou a ser internado por conta das agressões. O caso ganhou proporções nacionais.


Devido a isso, o marido da vítima defendeu a companheira do julgamento moral que ela sofria. Duas semanas após o caso ter sido divulgado, o personal disse que a companheira teria sofrido violência sexual e estava internada em um hospital por problemas psicológicos.


Poucos dias após o ocorrido, Givaldo deu entrevista ao Correio e negou que tenha se aproveitado da mulher. Isso porque, quando o assunto veio a público, o personal informou que a mulher estava em surto e passava por problemas psicológicos. As investigações seguiram em sigilo pela 16ª DP.


Relato de Sandra


Após quase dois meses internada para tratamento psiquiátrico, Sandra Mara Fernandes utilizou as redes sociais para desabafar sobre o caso. “Fui taxada como uma mulher qualquer, uma mulher promíscua, uma mulher com fetiches, uma mulher traidora”, escreveu a companheira do personal trainer em um perfil no dia 27 de abril.


No relato, Sandra afirmou que somente depois de deixar o hospital ficou ciente da proporção que a história tomou e que foi vítima de várias acusações sem fundamento. “Estou dilacerada pelo ocorrido”, disse ela, destacando também o ataque sofrido por outras mulheres, que a “desejaram o pior”, comentou. Na postagem, Sandra ressaltou se sentir devastada e humilhada, e que foi julgada sem merecer, uma vez que estava em estado de surto psicótico.


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