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Paula Mattos lança música sobre casal lésbico: conheça Duas Caras

Paula Mattos lançou, recentemente, a música Duas Caras, que conta a história do relacionamento entre duas mulheres. A verdade da cantora, como ela mesmo define, recebeu muitos elogios de seus fãs e foi muito compartilhada. Entretanto, o Google teria barrado o alcance do vídeo por conta de sua temática central.


Essa foi a primeira vez que o vídeo da sertaneja traz a relação entre duas mulheres. Apesar disso, em Rosa Amarela, uma de suas músicas mais famosas, Paula já falava sobre a diversidade nos relacionamentos.


“Eu acho que é muito importante ter alguém falando sobre esse assunto. É a primeira vez que fizemos um clipe dessa maneira, com a intenção de mostrar que isso é normal. Eu venho sempre tentando quebrar essa barreira. É a primeira vez que eu trago a minha verdade, eu sou casada com uma mulher há 10 anos. Foi um jeito de trazer a minha verdade”, opinou.


“O Google censurou o meu clipe e eu não estou conseguindo trabalhar muito bem a música. Tem tantos outros clipes expondo corpos e o meu só tem um beijo no final. Está bem complicado. Essa situação é muito chata. Já para a canção estar com milhões de visualizações, mas está com 700 mil. Mesmo pagando anúncios, a gente não está conseguindo impulsionar”, diz a artista.


Com a incômoda situação, a sertaneja está buscando uma solução: “Estamos vendo outras formas de trabalhar essa música. Não tem nada explícito. Sabia que ia incomodar, sabia que ia ter preconceito, mas não imaginava que fosse dessa maneira”.


“Infelizmente, a gente sempre é cortado. Eu não tinha noção da homofobia, do preconceito”, completa.


Ao Metrópoles, o YouTube negou qualquer censura. A plataforma informou que o vídeo pode ser assistido no serviço, porém, o que não foi permitido foi o impulsionamento – prática na qual o usuário investe uma quantia para que a produção alcance mais pessoas. O impulsionamento não foi permitido porque o Google proíbe nudez ou qualquer conotação sexual.


A cantora começou a se envolver com o mundo musical desde muito nova e teve uma grande influência dentro de sua família. “Eu canto desde os meus 12 anos de idade, eu cresci ouvindo os meus tios tocando, sempre que tinha festa em casa, tinha muita música raiz. Com 7 anos de idade, eu ganhei um violão do meu pai”, explicou.


Entretanto, o seu instrumento não era bem “de verdade” e, somente algum tempo depois, Paula realmente ganhou aquilo que queria. “Ele tinha me dado um de brinquedo, mas eu deixei de lado. Ele viu que eu queria um violão de verdade e me deu”, pontuou.


Também foi seu patriarca o maior apoiador de sua carreira, enquanto sua mãe desejava que ela ingressasse em uma faculdade. “O meu pai viajava muito e, quando eu tinha 15 anos, comecei a fazer bares. Quando eu pensei em desistir, ele falou para eu continuar. Minha mãe nunca encarou a música como profissão”, contou a artista.


E assim Paula passou a lucrar… nem sempre com dinheiro. “No começo, eu tocava em bares. Era muito complicado, tocava por um lanche, R$ 50. Meu pai tinha uma moto e a gente sempre levava os instrumentos para todos os lados”, explicitou.


Em 2011, Paula Mattos conseguiu uma oportunidade para crescer como cantora. “Eu comecei a fazer back vocal e ser compositora da Thaeme e Thiago. Eles que me deram a primeira oportunidade. Foi quando eu saí de Campo Grande (MS) e comecei a mostrar minha carreira. Eles sempre falavam de mim, minha música começou a rodar e vários cantores começaram a gravar”, relembrou.


Cinco anos mais tarde, Paula lançou o seu primeiro acústico e passou a ficar conhecida. “Eu acho que eu venho de uma construção. Desde 2016, quando estava com a Maiara e Maraísa e Marília Mendonça representando o feminejo. Eu tive o boom com a Rosa Amarela. Ainda tenho muita coisa para crescer e para apresentar”, pontuou.


Para 2022, se engana quem pensa que Paula não tenha diversos outros projetos. “Temos vários para este ano. A gente acabou de lançar duas caras, está muito recente. Tem um DVD ainda que quero gravar em junho, muito trabalho ainda”, finalizou.


Sexualidade e a música Apesar de estar na estrada há anos e já estar um lugar no sertanejo brasileiro, Paula Mattos só assumiu a sua orientação sexual durante uma entrevista em 2021: “Eu acho que você acaba tirando um peso de suas costas. Mesmo não expondo, eu me sinto livre. Muitas pessoas ficavam perguntando e eu sempre mentia. Mas eu senti mais liberdade de poder falar sobre o assunto, das pessoas saberem que eu sou casada”.


“Ser quem eu sou é a maior liberdade”, Paula Mattos


Do mesmo jeito que algumas pessoas deixaram de acompanhar a sertaneja, muitas outras pessoas chegaram para somar. “Chegou muita gente nova, me parabenizando. Sempre tiveram muito respeito. Até me ajudou, pessoas me chamando para fazer festas de representatividade. Recebi muito amor e muito carinho”, colocou.


Navegando pelos comentários, é possível ver muitas pessoas agradecendo e elogiando o trabalho de Paula. A cantora, por sua vez, comemora. “É muito bacana porque a minha missão é essa, incentivar as pessoas a ser como elas são. Para mim também foi uma grande libertação. Para mim, ser artista é ser corajosa, busco sempre inovar, sempre evoluir. Eu me sinto muito privilegiada de poder representar”, concluiu.


Fonte/ Primeirojornal.com


 


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