A audiência de acordo de não persecução penal ou suspensão condicional do processo contra a jovem Gabrielly Lima Mourão, de 19 anos, ocorreu na manhã da última quinta-feira, 26 de maio, na 1ª Vara Criminal de Rio Branco, e o Ministério Público Estadual (MP-AC) decidiu não oferecer acordo, que substituiria o processo criminal por uma reparação de danos, e retiraria ainda a punição penal.
A defesa da acusada contestou e agora o processo segue. O juiz Danniel Gustavo Bomfim da Silva então decidiu remeter o processo ao órgão superior do MP.
“Determino a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público para que seja apreciado o ato que negou a oferta de Acordo de Não Persecução Penal – ANPP”, disse.
Ao denunciar a jovem por homicídio culposo na direção de veículo automotor, qualificado por não possuir carteira de habilitação, o Ministério Público do Acre (MP-AC) admitiu a possibilidade que seja celebrado um acordo de não persecução penal.
O g1 tentou ouvir a defesa de Grabrielly, mas não obteve retorno até última atualização desta publicação.
A vítima ia encontrar o noivo, Heverton Neri, quando foi atropelada e morta após a jovem Gabrielly perder o controle do veículo que dirigia em alta velocidade e sem CNH, na Estrada da Floresta, em Rio Branco Acre.
Gabrielly foi presa em flagrante, mas liberada após pagar R$ 2,2 mil de fiança. Segundo o processo, ela se manteve calada durante o interrogatório.
Laudo pericial
O laudo pericial tem 30 páginas, com 20 fotos e três croquis do local do acidente. O documento, assinado pelo perito criminal Marcos Silva, aponta que o carro de Gabrielly estava a uma velocidade de 72,70 quilômetros por hora no momento da colisão. Já a moto de Josilayne estava a 55,44 km/h.
As análises técnico-científicas permitem ao perito fazer as seguintes considerações:
- O carro transitava em velocidade superior a máxima permitida para o sentindo de circulação em questão, que é de 50 km/h.
- A motocicleta transitava em velocidade inferior a máxima permitida para o sentido de circulação em questão, que era de 60 km/h.
- Não foram constatados vestígios de marcas de frenagem ou que indicassem reação para evitar a ocorrência por parte dos condutores.
Em novembro do ano passado, o g1 informou que o pai da dentista Maria Josilayne Ferreira Duarte, vai atuar como assistente de acusação no processo judicial, que tramita na 1ª Vara Criminal de Rio Branco.
Marcelo Penteado Duarte, teve o pedido aceito pelo juiz Danniel Gustavo da Silva, mas a função vai ser exercida pelos três advogados dele.
Na época, a avó de Josilayne, Eudenice Ferreira de Andrade, que foi quem criou a jovem e a chama de filha, disse que a família não tinha conhecimento de que o pai biológico dela tinha solicitado ser assistente de acusação, e muito menos, que a Justiça tinha aceitado o pedido.
Nas imagens que mostram a avenida a uma certa distância, é possível ver que pelo menos quatro veículos passam pelo local, e logo depois o carro aparece em alta velocidade na via, e em seguida bate contra a motocicleta conduzida pela dentista. É possível ver que a moto é arremessada de forma violenta para trás.
Fonte/ Jornal Opinião