Um documento de 93 páginas vem sendo apresentado como contribuição dos militares como um Projeto de Nação com a perspectiva de manutenção de poder pelos próximos 13 anos, até o ano de 2035. A Amazônia é destaque no documento.
O Projeto de Nação, segundo os militares, tem o objetivo de “legar um Brasil melhor aos nossos filhos e netos” e foi apresentado por militares dos Institutos General Villas Boas, Sagres e Federalistas. A solenidade de recepção ao documento contou com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão.
A Amazônia e sua floresta tropical é mencionada dentro do tema Defesa Nacional, no capítulo “Integração da Amazônia no Brasil”, cujos objetivos são “ampliar as infraestruturas da Amazônia, de modo a consolidar sua integração ao núcleo de poder nacional e às demais regiões do País até 2035” e “Preparar a infraestrutura de transporte e energética regional para a formação de um mercado interno da Bacia Amazônica”.
Para isso, os militares propõem ações como mudanças nas leis referentes à exploração de minérios, de forma a torná-las mais “simples” e “flexíveis”, a regulamentação de capital estrangeiro nas atividades de exploração mineral e a recuperação da BR-319, por exemplo.
O documento diz, ainda, que é preciso “remover as restrições da legislação indígena e ambiental, que se conclua serem radicais nas áreas atrativas do agronegócio e da mineração”.
O projeto militarista cita como entraves para a “integração” e pleno desenvolvimento da Amazônia a atuação de ongs ambientalistas e o “movimento globalista”, formado por atores internacionais relevantes, que “interferem” nas decisões de governantes e legisladores.
O projeto foi coordenado pelo general Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), a ONG do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.