Marina Silva já admite possibilidade de apoiar Fernando Haddad e ser candidata a deputada federal por São Paulo

Foto: reprodução

A ex-ministra Marina Silva (Rede) disse, em entrevista ao jornal paulista Estadão, que ficou “surpresa com a surpresa” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua ausência em um evento no qual grande parte da legenda anunciou apoio à candidatura do petista. Em entrevista ao jornal O Globo, a ex-presidenciável afirmou ter divergências políticas com Lula, mas ressaltou que se mantém aberta ao diálogo.


O evento foi realizado na última quinta-feira (28), quando o ex-presidente fez uma deferência à Marina, de quem ele vem tentando se reaproximar. “Eu esperava que a Marina estivesse aqui”, disse o petista o ato.


Marina foi filiada ao PT e ministra do Meio Ambiente de Lula, mas rompeu com o partido por discordâncias internas. Na campanha eleitoral de 2014, numa das três vezes em que ela concorreu à Presidência, a estratégia usada pelo marqueteiro da então presidente Dilma Rousseff, João Santana, para barrar o crescimento da ex-ministra nas pesquisas foi considerada bastante agressiva e piorou a relação dela com o PT. Hoje, Santana integra a pré-campanha de Ciro Gomes (PDT).


Imagino que o presidente Lula não estivesse desavisado. Ele disse que ficou surpreso. Eu fiquei surpresa com a surpresa dele. Eu não estava lá não por uma questão de raiva ou mágoa. Nós temos divergências políticas, e as divergências precisam ser discutidas com base em uma agenda programática. Com foco nos problemas sociais e econômicos que estão indo para um verdadeiro precipício”, disse.


Marina ressaltou, no entanto, que “o diálogo no campo democrático está aberto” e que há possibilidade de discutir as diferenças, desde que as conversas tenham como base uma agenda programática.


“Eu defendo a Justiça social, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável. É com base nessas agendas que me disponho ao diálogo. Só os autocratas não se dispõem ao diálogo. Estou aberta ao diálogo não em cima de subjetividades, se é raiva ou mágoa. Eu e Lula temos, em várias questões da vida, algumas afinidades e algumas divergências. Essas divergências se aprofundaram e eu saí do governo, mas sempre mantive contato com os demais membros do governo”, declarou. A ex-ministra disse analisar um possível apoio à pré-candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) ao governo paulista. Marina deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, pro São Paulo. “As minhas questões não têm nada a ver com questões de natureza subjetivas. Estou sempre aberta ao diálogo, sempre me pautei nesse princípio da democracia. O próprio ministro Haddad já pediu para tratar comigo das questões de São Paulo. Estamos fazendo um debate sobre o apoio à candidatura de Haddad, e o diálogo se dá em termos programáticos”, disse Marina ao jornal.


Ela também afirmou que nenhuma candidatura até agora colocou o tema da sustentabilidade, uma de suas principais bandeiras, como prioridade. “Colocar o tema no centro do debate é fundamental. Precisamos focar na recuperação econômica, em gerar renda e emprego, mas com o compromisso na sustentabilidade. Compromissos são aqueles que não serão deixados para depois. Ninguém trabalha com a perspectiva do cheque em branco. Esse debate ainda não está posto como deve”, disse.


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