Hepatite medicamentosa: conheça os perigos da automedicação

A hepatite medicamentosa é uma inflamação nas células do fígado decorrente do uso de drogas lícitas ou ilícitas. Ela pode ocorrer também após a ingestão de fitoterápicos, anabolizantes e até mesmo chás de ervas ou suplementos alimentares. É uma doença grave e muitas vezes silenciosa, que pode exigir transplante do órgão e até mesmo levar à morte.


problema é complexo e, segundo especialistas, envolve diversos fatores, como tempo de uso do medicamento, dosagem, ausência de acompanhamento médico, automedicação, interação entre remédios, abuso de álcool, predisposição genética e hipersensibilidade a determinadas substâncias.


Hepatite medicamentosa pode levar ao transplante do fígado


De maneira simplificada, o que ocorre é que o fígado atua ajudando a “quebrar” certos medicamentos antes que eles entrem na corrente sanguínea – em um processo conhecido como degradação. Se houver muito medicamento para o fígado decompor, o órgão pode ser sobrecarregado e sofrer danos graves.


Saiba como se prevenir do risco de desenvolver hepatite medicamentosa e conheça mais sobre a doença a seguir.


Como diferenciar a hepatite medicamentosa

Hepatite é o nome dado a qualquer inflamação no fígado. Além da hepatite causada por medicamentos, existem as variações bacterianas e virais da doença (hepatites A e B, que possuem vacina, e C); a versão autoimune; a esteato-hepatite, causada pelo acúmulo de gordura no fígado e a hepatite alcoólica, cujo agravamento é conhecido como cirrose.


No caso da hepatite medicamentosa, a inflamação é causada pela ingestão de produtos farmacológicos que causam danos ao fígado.


Pessoas idosas, que sofrem com obesidade, que já tiveram doença hepática, que utilizam medicamentos de duração prolongada, mulheres, grávidas, quem tem problema de alcoolismo ou mistura álcool com medicamentos possui risco aumentado de desenvolver a doença.


Remédios em excesso podem causar a hepatite medicamentosa


Analgésicos e outros redutores de febre que contêm paracetamol na fórmula também são uma causa comum de lesão hepática – principalmente quando tomados em doses maiores do que as recomendadas pelos médicos.


Sintomas de hepatite medicamentosa

É possível que alguém utilize um medicamento por vários meses antes de atingir um nível tóxico que afete seu fígado, mas a doença também pode ser desencadeada ao tomar muitos medicamentos – nesta situação, o quadro pode evoluir rapidamente. Também há evolução decorrente de reação alérgica.


A maioria dos casos da doença costuma ser assintomático, mas quando a hepatite medicamentosa evolui com sintomas, o paciente pode apresentar:


  • náuseas;
  • vômitos;
  • dor abdominal;
  • inchaço na região do abdômen;
  • coceira na pele;
  • perda de apetite;
  • alteração das enzimas hepáticas;
  • mal-estar generalizado;
  • colúria (urina escura);
  • fezes esbranquiçadas ou cor de barro;
  • fadiga e cansaço;
  • febre;
  • icterícia (caracterizada pela cor amarela da pele e/ou dos olhos).

Em caso de suspeita do desenvolvimento do quadro, o diagnóstico é feito por meio de exames físicos, como a verificação de um possível aumento do fígado ou de sensibilidade abdominal na parte superior direita da barriga, e de sangue, que incluem testes de função hepática, hemograma completo, estudos de coagulação, painel eletrolítico – que verifica o nível de minerais no sangue – e outros testes de avaliação de doenças hepáticas, como de hepatite viral e nível de ferro.


Também podem ser realizados testes para outros produtos químicos e de triagem de drogas. Como complemento, podem ser solicitados exames como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e biópsia hepática.


Tratamento da hepatite medicamentosa

Para tratar a hepatite medicamentosa, o primeiro passo é suspender o uso da substância que é suspeita de estar causando a inflamação no fígado do paciente. Assim, muitos casos desaparecem dentro de dias ou semanas.


O segundo passo, em pacientes sintomáticos, é oferecer hidratação e repouso. Medicamentos para controlar os sintomas dificilmente são indicados, pois podem agravar o quadro. É necessário deixar que o corpo do paciente se cure naturalmente.


Com a adoção das medidas de contingência, o paciente pode apresentar melhora em casa ou precisar ser internado. Nos casos graves, o portador pode evoluir para a falência hepática, que é o colapso do órgão – quando o fígado deixa de funcionar. Nesse caso, o paciente é encaminhado para a fila de transplante.


Para evitar o desenvolvimento de hepatite medicamentosa, o ideal é utilizar somente medicamentos com prescrição e sob supervisão médica, além de utilizá-los somente pelo período estritamente necessário.


Durante a pandemia de covid-19, foi popularizado o uso do “kit covid”, um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença e que causou diversos casos de hepatite medicamentosa ao redor do país. A recomendação das autoridades de saúde atualmente é clara: a ingestão de medicamentos só deve ser feita com prescrição médica.


É importante ter em mente também que nem todos os suplementos “naturais” ou compostos apenas por ervas são seguros – assim como nem todos são regulamentados. Na dúvida, não use nenhum produto sem ter certeza de que ele é seguro para sua saúde.


Fonte/ Portal Tecmundo


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