Guerra eleva risco de insegurança alimentar no mundo, indica relatório de Davos

A guerra na Ucrânia aumenta o risco de falta de alimentos no planeta. O alerta foi feito por economistas-chefes de 24 dos maiores bancos e consta de relatório divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Fórum Econômico Mundial. Nesse cenário, o Brasil é citado como país que sofre e propaga os efeitos da guerra.


Para os economistas-chefes ouvidos pelo Fórum, o cenário traz o risco de alta ainda maior dos preços dos alimentos em todo o mundo com consequências nos indicadores de fome e no custo de vida.


Os economistas notam que a guerra desestabilizou a cadeia de fornecimento de vários alimentos importantes, especialmente o trigo. Em 2020, 36 países compraram mais de 50% do trigo importado da Rússia ou Ucrânia. Para essas nações, as dificuldades nos embarques da commodity com a guerra afetaram diretamente a oferta —não apenas com a disparada dos preços, mas também com a disponibilidade do produto.


Mas esse efeito não se limita ao trigo, e o Brasil é um exemplo disso. O documento do Fórum Econômico cita estudo do Banco Mundial que mostra como as cadeias integradas nas commodities podem propagar o efeito da guerra.


“Como maior produtor mundial de soja, o Brasil importa cerca de metade do fertilizante de potássio da Ucrânia e Rússia. A China, então, importa a soja do Brasil para alimentar a pecuária, o que pode afetar o preço da carne na China e no mundo”, cita o documento.


O relatório cita ainda que alguns países já adotaram medidas para restringir a exportação, como a Indonésia que tem restringido o embarque de óleo de palma. “Em reação à queda da oferta mundial de alimentos, restrições às exportações estão sendo adotadas em nome dos interesses nacionais”.


Diante do cenário, o seleto grupo de economistas defende que a segurança alimentar é um dos temas que deve ser acompanhado de perto no futuro da economia global. Entre os demais temas que merecem atenção, estão a inflação e renda, integração global e o impacto das sanções à Rússia, entre outros.


Fonte/ CNN BRASIL


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