A vida nunca foi fácil para o trabalhador José Pinheiro Marques de Souza, natural de Epitaciolândia, município do interior do Acre, de 66 anos de idade.
Mas, de uns anos par cá, a malvada da vida foi ficando cada vez mais madrasta e maltratando ainda mais o pobre Zé, até acometê-lo com uma doença capaz de lhe paralisar os rins e obrigá-lo a se deslocar a Rio Branco, a Capital, para sessões de hemodiálise no hospital da Fundação Hospitalar, todas as semanas.
No seu caso, sessões no mínimo três vezes por semana, permanecendo pelo menos duas horas e meia preso à máquina de purificação do sangue. “Um, horror”, definiu.
O que já era ruim, se agravava ainda mais pela viagem, principalmente de volta. “Imagine o que é ficar naquela máquina por tanto tempo e depois ter que pegar um carro de volta para uma viagem de no mínimo quatro horas para poder chegar de volta em casa”, afirmou.
Zé Pinheiro não estava só nessas desventuras. Ao seu lado, sempre haviam pacientes como ele, homens e mulheres. Pessoas também sofridas e cuja dor se agrava ainda mais por sessões de tratamento fora de casa, longe da família e dos amigos.
Mas a história triste de Zé Pinheiro e de seus companheiros de infortúnio do Alto Acre tem data marcada para acabar: será nesta quarta-feira, 11, quando, enfim, passa a funcionar a Clínica do Rim inaugurada nesta terça-feira, 10, pelo governador Gladson Cameli e pela secretária de Saúde, Paula Mariano Maia de Farias.
Trata-se de uma parceria do Governo com a inciativa privada, que vai resultar num contrato com valor estimado em R$ 5 milhões por ano. Isso permitirá que pacientes como Zé Pinheiro possam fazer o tratamento em Brasiléia, próximo dos familiares e da própria casa.
Como Zé Pinheiro, a região de Brasiléia e Epitaciolândia tem atualmente pelo menos 30 pacientes que não mais precisarão ir a Capital em busca do tratamento.
“Só o fato de esses pacientes não terem que fazer essa viagem, isso já ajuda muito”, elogiou o médico Édson Braga, clínico geral que atua em Brasiléia. “O governador Gladson Cameli está de parabéns por esta inciativa”, afirmou.
O governador Gladson Cameli disse que a experiência em Brasiléia deve se expandir para outros municípios. “Nosso trabalho diário é para diminuir o sofrimento das pessoas”, acrescentou o governador.
A prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem, elogiou iniciativa do Governo. “O mesmo microfone que uso para cobrar, eu uso para elogiar e agradecer. O governador Gladson Cameli está de parabéns por esta inciativa aqui em Brasiléia”, disse a prefeita.