O aspecto avermelhado, como se o olho estivesse sangrando, faz o derrame ocular, como o sofrido pela influenciadora Patrícia Leitte, parecer de grande gravidade. Mas, apesar de assustar à primeira vista, a mancha é reabsorvida pelo olho entre quatro e 12 dias após o aparecimento e não causa risco de perda da visão, de acordo com o oftalmologista Henrique Sid.
A hemorragia subconjuntival, nome clínico do quadro, ocorre quando um dos vasos sanguíneos localizados na conjuntiva se rompe e uma gota de sangue extravasa para cima da parte branca do olho, o que provoca o efeito de mancha avermelhada.
“Muitas vezes o paciente já acorda com essa mancha que não dói, não incomoda e não embaça a visão. Não precisa fazer absolutamente nada (para tratar a mancha), porque ela desaparece sozinha. O que pode ser feito são as compressas geladas que ajudam a fechar os vasos sanguíneos e vão melhorando a reabsorção, mas não é algo que muda drasticamente a evolução do quadro”, afirma o médico.
Apesar da baixa gravidade para a visão, a grande questão que envolve o derrame ocular, no entanto, está relacionada a sua principal causa. Segundo o oftalmologista, 95% dos quadros são desencadeados por algum descontrole da pressão arterial.
“A pressão costuma subir sempre durante a noite, quando a pessoa está dormindo, por isso que na maioria das vezes o paciente já acorda com a mancha no olho. Isso acontece porque a pessoa ficou muito nervosa, ou porque é hipertensa e a medicação não está controlando muito bem o quadro. A pressão ocular não tem nenhuma influência nisso, é a pressão arterial mesmo”, explica Sid.
Por outro lado, cerca de 5% dos casos são causados por algum tipo de esforço físico intenso, como uma crise de tosse ou esforço para levantar peso, por exemplo. O derrame ocular também pode ser desencadeado por algum trauma no olho.
“Se o oftalmologista não achar a causa definida, é importante insistir com o paciente para passar no cardiologista e fazer uma verificação, porque se for desencadeado por um quadro de pressão alta, a pessoa tem que se atentar a isso mais do que a um tratamento oftalmológico”, afirma o médico.
Caso a hemorragia subconjuntival aconteça de forma recorrente devido ao descontrole da pressão arterial, o risco é de que ocorra um derrame interno na retina, o que acarreta consequências mais graves para a visão.