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Chumbo grosso: líder da Coreia do Sul diz que era de apaziguar Coreia do Norte acabou

A era de apaziguar a Coreia do Norte acabou e qualquer nova conversa entre Seul e Pyongyang deve ser iniciada pelo líder norte-coreano Kim Jong Un, disse o novo presidente conservador da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, nesta segunda-feira (23).



Falando com exclusividade à CNN em sua primeira entrevista à imprensa desde que assumiu o cargo, há duas semanas, Yoon disse: “Acho que a bola está no campo do presidente Kim – é a escolha dele iniciar um diálogo conosco”.


A Coreia do Norte lançou 15 testes de mísseis neste ano, até o momento, – mais do que nos últimos dois anos juntos – e no mês passado Kim prometeu “fortalecer e desenvolver” suas forças nucleares na “mais alta velocidade possível”.


De seu novo escritório presidencial no antigo prédio da defesa, em Seul, Yoon disse à CNN que a Coreia do Sul e seus aliados estão prontos para responder qualquer ato de provocação norte-coreana.


“Apenas escapar temporariamente da provocação ou conflito norte-coreano não é algo que devemos fazer”, disse ele, apontando para a estratégia conciliatória do governo liberal anterior. “Esse tipo de abordagem nos últimos cinco anos provou ser um fracasso”.


Yoon, ex-promotor e recém-chegado à política, enfatizou consistentemente sua postura mais dura em relação à Coreia do Norte e o desejo de fortalecer as forças armadas do Sul – um afastamento do antecessor Moon Jae-in, que havia promovido o diálogo e a reconciliação pacífica.


Apesar de sua posição, Yoon disse na segunda-feira que não queria que a Coreia do Norte “colapsasse”.


“O que eu quero é prosperidade compartilhada e comum na Península Coreana”, disse ele, mas acrescentou: “Não acredito que o aumento da capacidade nuclear [da Coreia do Norte] seja útil e conducente à manutenção da paz internacional”.


EUA, a China e o Quad

Dado o recente aumento nos testes de mísseis da Coreia do Norte e a retomada das atividades em seu local subterrâneo de testes nucleares, os líderes regionais estavam inquietos no fim de semana, quando Yoon se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Seul.


Autoridades dos EUA alertaram que a Coreia do Norte poderia estar se preparando para um teste nuclear subterrâneo ou de míssil balístico intercontinental durante a visita de Biden – sua primeira viagem à Ásia desde que assumiu o cargo.


Até agora, isso não aconteceu.


Mas os dois homens encontraram um interesse em comum, disse Yoon, mostrando à CNN um presente recebido de Biden, uma placa que dizia: “The buck stops here” (“A responsabilidade termina aqui”, na tradução livre). A citação é frequentemente associada ao ex-presidente dos EUA, Harry S. Truman. “Não sei como (Biden) sabia que eu gosto dessa declaração”, disse Yoon, colocando a placa no meio de sua mesa.


Yoon conversa com a correspondente internacional da CNN, Paula Hancocks, em 23 de maio / Gabinete Presidencial da Coreia do Sul

Ao longo de sua campanha, Yoon enfatizou a importância da estreita aliança de segurança da Coreia do Sul com os Estados Unidos – um esforço que estava em plena exibição após seu encontro com Biden, quando o presidente dos EUA elogiou o relacionamento deles por alcançar “novos patamares”.


Após a reunião, os dois líderes anunciaram em um comunicado conjunto que começaram discussões sobre reiniciar e potencialmente expandir os exercícios militares conjuntos que haviam sido interrompidos sob o antecessor de Biden – um passo que provavelmente atrairá a fúria da Coreia do Norte.


Na segunda-feira, Yoon alegou que o movimento é puramente defensivo. O treinamento militar regular é “o dever básico de todos os militares do mundo para manter sua prontidão”, disse ele.


Ele acrescentou que, no caso de um ataque, os EUA forneceriam assistência, incluindo defesa antimísseis e seu “guarda-chuva nuclear”, a promessa de proteção de um estado com armas nucleares a um aliado não-nuclear.


No entanto, ele descartou a possibilidade de “reinstalar armas nucleares táticas na península [coreana]”.


Mas a Coreia do Sul pode ver sua parceria com os EUA e outros players regionais se expandir de outras maneiras.


Yoon disse que era do “interesse nacional” da Coreia do Sul aderir ao Quadro Econômico Indo-Pacífico de Biden, um plano econômico recém-revelado para democracias com ideias semelhantes na região que é amplamente vista como um contraponto à influência da China.


Fonte/ CNN BRASIL


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