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Capital do Acre está entre as 20 piores cidades da Amazônia em relação á agua potável e coleta de esgoto, diz organização Trata Brasil

Imagem Ilustrativa

Rio Branco, a Capital do Acre, está entre as cidades da Amazônia Legal que detém o título negativo de as piores do país em relação ao fornecimento de água potável, coleta e tratamento de esgotos. São 20 cidades nesta condição, segundo relatório do Instituto Trata Brasil, datado de 2022.


O Instituto Trata Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira de interesse público que anualmente publica estudos sobre o acesso ao saneamento básico e sua relação com a sociedade, com o intuito de promover debates e trazer conhecimento sobre os impactos causado pela ausência dos serviços de água e esgotamento sanitário no país.


Ananindeua, no Pará, é um dos nove municípios da Amazônia que figuram nas piores posições no ranking nacional do Instituto Trata Brasil. Há oito anos, Anideua e mais oito cidades da Amazônia estão nessa lista por serem incapazes de oferecer água tratada ou saneamento básico para suas populações. Segundo o instituto, esse é um problema nacional, mas que tem na Amazônia a síntese do que representa a desigualdade social na prática e atinge cerca de 33,2 milhões de brasileiros que não possuem acesso à água tratada, e 94,1 milhões carecem de tratamento de esgoto no Brasil. Os dados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional.


O cenário na Amazônia é o que mais chama a atenção, por reunir quase metade das 20 piores cidades listadas pelo relatório do Instituto Trata Brasil. Lançado no dia 22 de março, o estudo analisou dados sobre o saneamento básico de 100 municípios com mais de 100 mil habitantes e listou as cidades amazônicas de Macapá (AP), Porto Velho (RO), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Belém (PA) e Ananindeua (PA), como as seis piores colocações consecutivas do ranking dos piores indicadores de saneamento básico do Brasil.


Segundo maior município do Pará, Ananindeua possui cerca de 540 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o relatório do Trata Brasil 2022, que reúne dados de 2020 do SNIS, Ananindeua está entre os dez piores municípios brasileiros para coleta e tratamento de esgoto, e é o segundo pior no acesso à água tratada do País, perdendo apenas para Porto Velho, em Rondônia.


As pessoas que vivem no bairro da Lagoinha, em Porto Velho, capital de Rondônia, talvez não saibam, mas convivem com o mesmo drama das famílias do Curuçambá, bairro da segunda maior cidade paraense, Ananindeua. O que une as realidades de Porto Velho e Ananindeua, distantes cerca de 2.500 quilômetros, são as condições precárias de saneamento.


Há oito anos, Porto Velho e Ananindeua disputam as duas piores colocações no ranking de saneamento básico, seguidos por Macapá (AP), Santarém (PA), Manaus (AM) e Belém (PA). O Pará é o estado amazônico com o maior número de municípios entre as piores posições do ranking do Trata Brasil, três no total: Ananindeua, Santarém e a capital Belém, figurando, portanto, como um dos piores cenários em nível nacional no ano de 2020 – período analisado pelo estudo. Os números podem ser ainda piores no estado, caso sejam consideradas as cidades com menos de 100 mil habitantes, que ficaram fora do ranking.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15 mil pessoas morrem e 350 mil são hospitalizadas com doenças relacionadas ao saneamento básico no Brasil.


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