Túmulos voltam a ser alvo de vândalos que furtam letreiros e molduras em cemitérios em Rio Branco

Os cemitérios de Rio Branco voltaram a ser alvos de vândalos que furtam materiais de cobre como letreiros e molduras de fotografias e até quebram peças de mármore. A maior incidência é no São João Batista, maior da capital acreana, mas também ocorre em todos quatro http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrados pela prefeitura.


O servidor público Renato Modesto esteve no São João Batista há alguns dias e encontrou o túmulo da família violado. Ele diz que foi informado no local que durante o período noturno muitos usuários de drogas circulam no cemitério e que acabam furtando o material de cobre.


“Meu pai já é idoso e a gente sempre vai lá e nos deparamos com essa situação triste. As fotos estavam com as molduras quebradas e notei que não era só no da nossa família. Vários estavam quebrados, os letreiros tirados”, contou.


Memórias perdidas


Modesto conta que a situação causa medo em quem trabalha no local porque chegam a sofrer ameaças e temem até em falar no assunto.


“A foto da minha avó que faleceu em 1950 é difícil ter porque não tem outra que possa colocar lá. Na época, fotos eram raras, e fiquei muito triste porque é a memória que meu pai tinha da mãe dele que perdeu quando criança, a lembrança e chegando lá, chorou porque a gente cuida tanto. Tem lápide que não tem mais nem a identificação”, lamentou.


O secretário de zeladoria do município, Joabe Lira, disse ao g1 que tem acompanhado a situação e estão tentando reforçar a segurança do cemitério, que conta apenas com dois agentes de portaria no período noturno.


Temos tentado melhorar a segurança, mas esse vandalismo não ocorre só no cemitério, é em praticamente todos os espaços públicos, nas praças é furto de fios, em todo lugar que tem cobre. Tivemos uma reunião com o comando da Polícia Militar que é quem atua nesse tipo de criminalidade. Inclusive, vi que estavam com fiscalização nos sucatões, porque se existe alguém que está furtando tem alguém que está comprando”, disse.


Lira diz que é uma situação complexa por ser um cemitério grande e que as pessoas entram e não é possível ter esse controle, mas tenta buscar uma alternativa para resolver o problema. O g1 não obteve resposta da PM.


Rede de receptação


Os furtos de cobre não têm sido uma questão somente na capital, mas também em outras cidades, como Cruzeiro do Sul. Esta semana na cidade o alvo foi o centro cultural, então o delegado Lindomar Ventura explica que os furtos de materiais que levam cobre, na verdade, alimenta uma rede de receptação grande e complexa.


“É uma mercadoria muito focada pelo seu valor, ali é cobre, e isso no mercado tem uma saída muito grande, com valor agregado considerável. O que a gente tem observado é que grande parte desses furtos têm sido feitos por usuários de entorpecentes que estão sendo usados por outras pessoas para cometerem esses furtos. Há uma rede de receptação desse material. Estamos trabalhando com essa perspectiva para descobrir os receptadores, pois é furtado porque existe uma rede de compra, receptação, um sistema complexo, que estamos tentando desvendar e apurar”, disse à Rede Amazônica.


Fonte: G1ACRE


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