Poucos sabem, mas existe uma quantidade permitida de impurezas nos produtos alimentícios brasileiros. O café não está fora dessa lista. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), desde 2014, permite 60 fragmentos de inseto para cada 25 gramas de café torrado e moído, por exemplo.
Hoje, 14 de abril, é celebrado no mundo inteiro o Dia do Café. O grão, introduzido no Brasil no século 18, foi por décadas o principal produto da agricultura nacional. Sai do país ainda hoje um terço de toda a produção mundial do produto.
Colômbia e Vietnã dividem o pódio com o Brasil dos maiores produtores globais. De acordo com os adoradores da bebida, colombianos, indianos, panamenhos e etíopes, ao lado dos brasileiros, têm os melhores cafés do mundo.
O que não quer dizer que os cafés sejam 100% puros.
No Brasil, além de resquícios de insetos, existe outra tolerância admitida para os grãos de café, segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café). As embalagens podem ter até 1% de impurezas como cascas e paus do café (troncos da árvore). Num saquinho de 500 gramas, 5 podem ser, portanto, de madeira.
Veja o trecho do regulamento da Anvisa que traz as especificações sobre a sujeira permitida no café torrado e moído:
A Abic também fala sobre os parâmetros para avaliação da qualidade do produto. As recomendações técnicas envolvem embalagem, rótulo e características químicas, físicas e microscópicas. Essa última é a responsável pela tolerância de impurezas citadas acima.
De acordo com a associação, o café torrado em grão e/ou torrado e moído deve estar com aspecto “homogêneo, isento de odores estranhos e com aroma característico”.
O sabor e o aroma que caracterizam a bebida são resultantes da combinação de compostos químicos produzidos pelas reações químicas que ocorrem durante a torra do café e afetam diretamente o sabor da bebida.
A moagem, que define o tamanho da redução do grão a pó de café, faz parte dos parâmetros de qualidade do produto. Para cafeteiras com filtro de papel e/ou pano, deve-se utilizar moagem média e/ou fina. A grossa não é adequada para esse tipo de equipamento.
Para outros produtos, os limites variam tanto na quantidade quanto no tipo de impureza que é permitida. Molhos de tomate, chás, biscoitos e farinhas também aparecem no documento da agência.
Além de insetos, são permitidos fragmentos de pelos de roedores, excrementos de animais, areia e fungos, todos dentro dos parâmetros admitidos pela agência de vigilânica. Até a Anvisa definir esses parâmetros em 2014, não havia regras para os limites de tolerância.
As especificações desses parâmetros estão no regulamento técnico que estabelece os requisitos mínimos para avaliação de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas e seus limites de tolerância. O documento pode ser encontrado no site da Anvisa.
Com informações de MonitorR7