Pelo menos 271 mil acreanos têm dívidas junto ao comércio local e ao sistema financeiro nacional e estão com nomes sujos e impedidos de novas relações comerciais, informou a representação regional do Serasa – uma empresa cujo escritório central fica em São Paulo (SP) e que se constitui em atividades de análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios. De acordo com a organização, as dívidas dos acreanos vão de R$ 1.500 até R$ 3.800,00 e a crise não permite que os devedores se livrem das dívidas, muito pelo contrário.
Professor de economia da Universidade Federal do Acre (Ufac), o economista Carlos Franco disse que, essas dívidas que eram uma tendência nacional e regional antes do período da pandemia, se ampliaram no período da doença, a partir de Março de 2020 até os dias atuais. “A pandemia aumentou muito as dificuldades da população”, disse Carlos Franco, para o qual a causa de maior restrição de crédito é contas de água, energia, lojas e cartões de crédito.
O total de endividados no Acre mostra que o Acre permanece em terceiro lugar entre os setes estados da região Norte cuja população tem dívidas. O Estado que lidera o número de inadimplentes na região é Rondônia, com uma população com dívida média na ordem de R$ 4.175,64, seguida pelo Amapá, com média de R$ 4.082,63. Na terceira colocação o Acre, cuja média de dívidas é R$ 3.701,68 em dívidas. Os que menos devem são os paraenses, com R$ 2.960,52 em contas a serem pagas.
A média nacional, de acordo com a Serasa, é de R$ 4.022,52, o que deixa o Acre abaixo da dívida média nacional e em sétimo lugar entre os 26 estados e o Distrito Federal. Entre os estados do país o Amazonas é o que mais devem, o levantamento apontou que 53% da população adulta estão endividadas. Já os piauienses são os que menos devem no país, com apenas 37% dos adultos inadimplentes.
Em relação ao valor total das dívidas por Estado do Norte, o Amazonas só perde para o Pará. A população do Estado vizinho acumula R$ 6,6 bilhões em débitos. Roraima é quem possui o menor valor em dívidas, R$ 742 milhões.
Na Região Norte são 5,54 milhões de pessoas na situação de inadimplência. No Brasil, são 64,8 milhões de devedores.
As contas básicas (água, luz e gás) representam 33,2% das dívidas no Norte. As mulheres (50,2%) devem mais do que os homens (49,8%). Em relação à faixa etária, o maior número de devedores tem entre 26 e 40 anos (36,90%).