Bolsonaro tem apoio da maioria dos governadores que disputam a reeleição

Dos 27 governadores estaduais brasileiros, incluindo o do Distrito Federal, 16 deles vão tentar à reeleição agora em 2022 e, desse total, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que também busca um segundo mandato, leva ligeira vantagem em relação a seu principal oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dos 16, nove – incluindo o do Acre, Glason Cameli, estão com Bolsonaro, três estão em dúvida e outros três vão de Lula. Dois se manifestaram.


Com o fechamento da chamada janela partidária e com a proximidade do pleito deste ano, as disputas eleitorais nos estados começam a ganhar contornos mais nítidos. As candidaturas dos governadores são importantes porque são elas que oferecem palanques nos estados para os presidenciáveis. Bolsonaro, em alguns estados, pode vir a ter até dois palanques.


No Acre, mesmo que haja apoios de dois candidatos ao presidente, Gladson Cameli (PP) e Mara Rocha (MDB), Bolsonaro só deve ter o palanque do atual governadsor – Mara Rocha, filiada ao MDB, por mais bolsonarista de carteirinha que seja, tem que se submeter à federação partidária da qual seu Partido deverá fazer parte, com o PSDB e o Cidadania. Em Rondônia, Bolosoanro deverá ter mais de um palanque: o do atual governador Marcos Rocha, que vai à reeleição pelo Uniçao Brasil, ele também deverá ter o apoio do senador Marcos Rogério, aliado de Bolasonaro e que vai disputar o Governo rondonmiense pelo PL.


Além de ter garantido espaço em estados com grandes colégios eleitorais, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, o presidente Bolosonaro também tem apoio confirmado pelas regiões do país e, mais importante: distribuiu aliados por vários partidos.


Desde o início das articulações pela reeleição, três siglas do Centrão que ganharam cargos no governo nos últimos anos se colocaram no barco de Bolsonaro: o próprio PL, o Republicanos e o PP. Para além dessa tríade, Bolsonaro também captou apoio em siglas que têm adotado certa independência na atual gestão, como MDB, PSD e União Brasil (decorrente da recente fusão entre PSL e DEM).


Políticos que pretendem disputar a reeleição aos cargos que já ocupam não precisam se desincompatibilizar. A legislação eleitoral só exige isso se o posto a ser disputado for diferente do ocupado. Com isso, os postulantes à reeleição contam com a máquina estatal nas mãos e maior exposição pública que os concorrentes.


Veja quem são os pré-candidatos à reeleição próximos de Bolsonaro: Acre: Gladson Cameli (PP); Amazonas: Wilson Lima (União Brasil); Distrito Federal: Ibaneis Rocha (MDB); Minas Gerais: Romeu Zema (Novo); Paraná: Ratinho Júnior (PSD); Rio de Janeiro: Cláudio Castro (PL); Rondônia: Coronel Marcos Rocha (União Brasil); Roraima: Antonio Denarium (PP);
Em Santa Catarina, Bolsonaro deverá apoiar o senador Jorginho Mello (PL). O candidato à reeleição, Carlos Moisés (Republicanos), se afastou do presidente.
Em três estados, candidatos à reeleição possuem apoio pendular em relação a Bolsonaro: Goiás, com Ronaldo Caiado (União Brasil); Mato Grosso, com Mauro Mendes (União Brasil); e Sergipe, com Belivaldo Chagas (PSD). Em Goiás, o PL indicou o deputado Vitor Hugo à disputa majoritária.


Além dos incumbentes que vão tentar renovar seus mandatos, há ainda candidaturas bolsonaristas em ascensão, como Tarcísio Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Onyx Lorenzoni (União Brasil), no Rio Grande do Sul. Ambos são tidos como candidatos competitivos e aparecem bem colocados em pesquisas de intenção de voto.


Do outro lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro, ainda costura suas alianças. Nos últimos meses, foram poucos os movimentos no sentido de garantir palanques estaduais.


Dos governadores candidatos à reeleição, apenas três devem estar oficialmente do lado petista: Helder Barbalho (MDB-PA); João Azevêdo (PSB-PB); Fátima Bezerra (PT-RN).


Na Paraíba, Lula também é cortejado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo, do MDB, o que pode significar palanque duplo no estado. Em outros estados do Nordeste, tradicionalmente um reduto petista, governadores aliados completam em 2022 seu ciclo de dois mandatos — é o caso de Wellington Dias (PT-PI), Renan Filho (MDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Flávio Dino (PSB-MA) e Camilo Santana (PT-CE). Mesmo que eles estejam tentando fazer seus sucessores, os políticos, com exceção de Rui Costa, renunciaram a seus cargos para se candidatar a outros.


No Espírito Santo, o PT não deve contar com o apoio do atual governador e pré-candidato à reeleição, Renato Casagrande. A relação azedou depois que Casagrande se encontrou com o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-SP), em fevereiro, e prometeu a ele que não dará palanque a Lula no estado, mesmo que o seu partido, o PSB, fechasse aliança com o PT em nível nacional – o que, de fato, aconteceu.


Mesmo com a coligação nacional entre os dois partidos, o governador capixaba pretende ficar neutro sobre a disputa presidencial. Casagrande resiste a declarar apoio a Lula pelo fato de pesquisas internas às quais teve acesso mostrarem “alta rejeição” ao PT no Espírito Santo.


O Partido dos Trabalhadores já anunciou a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato, recém-filiado à sigla, ao governo do estado, mas admite retirar o nome da disputa. Em São Paulo, Lula entende que o PT nunca esteve tão perto de governar o estado, com o ex-prefeito Fernando Haddad na dianteira das pesquisas.


No Rio, o partido vai apoiar o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que tem como principal adversário Cláudio Castro, atual governador e aliado de Bolsonaro. Em Minas, Lula articula um arranjo com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que disputará o governo mineiro nas eleições deste ano.


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