Enquanto sua massa de manobra vocifera contra o Supremo Tribunal Federal e festeja o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) como herói, merecedor de homenagens públicas, Bolsonaro já está em outra. Silveira já não presta para mais nada.
Foi usado como bucha de canhão. Indultá-lo serviu para fustigar o inimigo e manter unida a tropa que ameaçava dispersar. Objetivo alcançado, página virada. Bolsonaro, agora, reconhece que Silveira disse coisas “absurdas” sobre o tribunal que não deveria ter dito.
Ao contrário do que Silveira pensa, Bolsonaro não patrocinará sua candidatura a nada, muito menos a senador pelo Rio. Para senador, Bolsonaro apoiará Romário (PL), candidato à reeleição. Bolsonaro sabe que Silveira, embora solto, tornou-se inelegível.
É isso que ficará claro quando o Supremo decidir a respeito. Poderá demorar ou não, a juízo dos ministros. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, apronta um projeto para limitar a concessão de indulto e de graça (perdão) constitucional.
Ele considera o indulto um tipo de “superpoder” que o presidente da República pode usar como quiser. Por exemplo: Bolsonaro poderia usá-lo para livrar todos os seus seguidores de eventuais condenações, entre eles seus próprios filhos.
Quem duvida que ele não fará isso se a Justiça bater à porta de sua família? Uma coisa é Bolsonaro dizer que nada tem a ver com o que fez ou faça Jair Renan, o Zero Quatro, que mora com sua ex-mulher, a advogada Ana Cristina Valle, e que ele diz ver tão pouco.
Outra coisa bem diferente seria dizer a mesma coisa sobre Flávio, o Zero Um, Carlos, o Zero Dois, e Eduardo, o Zero Três, criados na barra de suas calças.