Um triste fato está se tornado cada vez mais habitual em Anápolis: o abandono de animais. Junto a isso, os relatos de ocorrências envolvendo maus-tratos chocam por tamanha crueldade e frieza.
Na cidade, diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) atuam como podem para mudar essa realidade e reduzir esses índices.
Acontece que, sem aporte do Poder Público, sem leis punitivas rigorosas e sem apoio da população, essa tarefa fica complicada.
A Associação Protetora e Amiga dos Animais (ASPAAN), por exemplo, revelou ao Portal 6 que resgatava cerca de 10 cães por mês em 2021, mas já chega a salvar 20 por mês em 2022.
“Toda semana a gente recebe ligações para o resgate. O caso mais comum é deixar o animal privado de condições de higiene, de água e de comida”, afirmou a fundadora da ASPAAN, Thaís Souza.
“Ontem a gente recebeu uma denúncia de um animal que foi esfaqueado no Santa Maria de Nazareth. Envenenamento também tem acontecido muito. São os mais variados tipos de maus-tratos na cidade”, continuou.
A presidente da SOS Animais, Seliane Santos, conta que o número de resgates na ONG também dobrou de um ano para o outro, mas que, mesmo com tanto esforço, ainda não é suficiente para ajudar todos que precisam.
Recebemos diariamente casos de animais presos em correntes, sob sol e chuva, magros por falta de alimentação, machucados e abandonados. Temos uma realidade muito triste na nossa cidade”, lamentou.
Além de cães e gatos, Seliane relata que o número de equinos, como éguas e cavalos, e até de coelhos, em situação degradante também aumentou.
“Infelizmente, diante da Lei, muitas denúncias não são caracterizadas como maus-tratos e sim como negligência do responsável”, concluiu.
Adoção em baixa
Assim como a ASPAAN e a SOS Animais, a ONG Patas Solidárias enfrenta uma superlotação que ocorre principalmente pelo baixo interesse da população em adotar os animais.
“Não tem adoção. Em Anápolis ninguém quer adotar vira-lata, as pessoas só querem cachorro de raça. Em outros locais, as pessoas parecem ter mais consciência, aqui é a coisa mais difícil do planeta”, desabafou a presidente da Patas Solidárias, Maria de Fátima Batista.
De acordo com ela, a equipe faz tudo que pode para resgatar os bichinhos, mas que nada vai mudar enquanto não tiver uma punição severa para quem maltrata ou abandona.
“Existem programas de castração social e gratuita na cidade, mas deixam as cachorras emprenharem, e jogam fora. Em vez da gente receber ajuda das pessoas, a gente recebe mais cachorro”, concluiu.
Por Portal 6