Ucranianos transformam drones turcos em fuzis dos ares

(crédito: Birol Bebek/AFP)

Os drones turcos comprados pela Ucrânia entraram em combate nas primeiras horas da invasão lançada pela Rússia. Esses aparatos são o orgulho da Turquia – têm alto desempenho e baixo custo -, mas agora entram em território menos favorável.


Segundo especialistas militares, Kiev tem cerca de 20 dispositivos Bayraktar TB2, a joia da indústria militar turca. Seu melhor representante comercial é o presidente Recep Tayyip Erdogan, que já vendeu o equipamento para 15 países.


No Twitter, a embaixada ucraniana em Ancara vem divulgando imagens de explosões que atribui a esses drones. “Esses ataques com TB2 são relativamente poucos em comparação com os combates terrestres, mas são importantes para o moral dos ucranianos, pois mostram que a Rússia não está no controle do ar”, explica Aaron Stein, especialista do think tank Foreign Policy Research Institute (FPRI), com sede na Filadélfia.


A Turquia usa os drones como vitrine para o mercado de armas de guerra. Em Nagorno-Karabakh, em novembro de 2020, os drones turcos contribuíram para uma virada decisiva a favor do Azerbaijão contra a Armênia. Na Líbia, em 2019, salvaram o governo de unidade nacional da ofensiva lançada pelo marechal Khalifa Haftar. Ancara também usou esses drones na Síria e contra combatentes curdos.


Para um fabricante ocidental, que pediu anonimato, os drones são a “AK 47 do século XXI: rústicos, confiáveis e competitivos”, em uma comparação  com o icônico fuzil de assalto fabricado há decadas pela Rússia, barato e fácil de usar.


O TB2 mede 6,5 metros e pesa duas vezes menos que seu concorrente americano, o US Reaper. É capaz de voar por até 27 horas sem escalas a mais de 220 km/h, a uma altitude entre 18 mil e 25 mil pés, de acordo com o fabricante Baykar. O drone pode ser carregado com munições inteligentes guiadas a laser.


Mas o teatro de guerra na Ucrânia não é favorável ao equipamento. “Para que esses drones sejam realmente eficazes, eles devem operar em um ambiente onde não haja ameaças aéreas”, alerta o especialista.


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