Motoristas fazem fila para abastecer no AC após anúncio de aumento no preço do combustível

Preço médio da gasolina na refinaria terá alta de 18,8%; nas bombas reajuste será maior. Diesel vai subir 24,9%. Gás de cozinha também terá aumento.


Em Rio Branco, motoristas correm aos postos após mais um anúncio no preço do combustível


Motoristas de Rio Branco fizeram filas nos postos de combustíveis nesta quinta-feira (10) para abastecer os veículos após a Petrobras anunciar reajuste no preço da gasolina e do diesel e também do gás de cozinha.


O preço médio de venda da gasolina, nas refinarias, passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.


Para o o gás de cozinha, o preço médio de venda da Petrobras foi reajustado em 16,1% e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg.


Um posto da capital acreana ofereceu desconto para zerar o estoque antes do reajuste. Alguns motoristas aproveitaram para encher o tanque antes do novo preço.


Francisco Pereira de Souza, operador de máquina, disse que usa o carro apenas para ir ao trabalho e gasta em média R$ 100 por semana. Ele lamenta o novo aumento.


“Cada dia que passa a gente vê a gasolina aumentando. Eles dão uma trégua de uma semana, duas, mas depois aumentam de novo. Acho isso um absurdo. Nosso país, não tem um político que nos ajude a combater esse aumento. É muito difícil. A gente aproveita que baixou um pouquinho e coloca um pouco pra ir ao trabalho até que chegue o novo reajuste, daqui uns não vai dar mais pra usar o veículo”, pontuou.


Conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), o preço médio da gasolina comum praticado em Rio Branco é de R$ 6,891, podendo chegar a R$ 7,299. Já o preço médio do diesel é de R$ 6,314. O gás R$ 117, 433.



Motoristas foram a postos abastecer — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre


‘Não tem pra onde correr’


O montador de móveis e comerciante, Raimundo André diz que a situação é complicada e que o consumidor sofre a cada reajuste.


“Com certeza [complicado], desse jeito a gente não sabe o que fazer. A gente precisa se locomover e é uma surpresa porque já ganhamos pouco e botar gasolina para fazer os nossos trabalhos. Cheguei aqui e não saboia, mas fiquei passado, a gente sofre. Tanquear antes do aumento”, lamenta.


A reação dos consumidores acaba sendo praticamente a mesma, a de susto, como descreve o decorador Marcel Blazute.


“Vi ontem [quarta, 9], os rumores e é mais um susto. Pra gente que trabalha muito com o carro acaba que pesa no orçamento. Não tem estratégia porque nem o ar-condicionado pode desligar, então não tem muito para onde correr”, ressalta.


Segundo a Petrobras, os reajustes foram necessários para garantir o abastecimento nacional e também por causa do cenário mundial.


“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras,” justificou a estatal, acrescentando que decidiu não repassar de imediato a volatilidade decorrente da guerra na Ucrânia.


O Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre (Sindepac) informa que os reajustes anunciados pela Petrobras ocorrem primeiro nas refinarias. Ainda não é possível saber se esses novos valores serão repassados para as distribuidoras e qual percentual de reajuste. Neste caso, somente com a compra de novos estoques será possível saber de que forma isso vai impactar no preço final para o consumidor.


Fonte: G1ACRE


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