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Morre o homem que recebeu um coração de porco em transplante nos Estados Unidos

Cirurgia que prometia revolucionar a medicina no mundo sofre um duro revés com a morte do paciente, mas pesquisas vão continuar.


Não deu certo – pelo menos por enquanto – a experiência de um ser humano andar por aí com um coração transplantado de um porco geneticamente modificado para servir como peças de reposição de órgãos destinados a transplantados. Agências internacionais acabam de informar ao mundo que David Bennett, de 57 anos, primeiro homem a receber em um transplante um coração de porco, morreu nesta terça-feira (8).


A cirurgia havia sido feita em janeiro deste ano, no Centro Médico da Universidade de Maryland, em Baltimore, nos Estados Unidos. Em entrevistas após sair do quadro operatório, ele disse: “Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção”, declarou Bennett, em declarações reproduzidas pelo programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão.


O paciente passou os meses anteriores ao procedimento na cama e ligado a uma máquina de suporte à vida. À época, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) americana, similar à Anvisa no Brasil, concedeu uma autorização de emergência para a cirurgia na véspera de Ano Novo — uma última chance para um paciente que não estava apto para um transplante convencional.


“Esta foi uma cirurgia revolucionária e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos”, disse Bartley Griffith, que transplantou o coração do porco e prometia uma revolução capaz de mudar a história da medicina no mundo.


O porco doador pertencia a um rebanho que passou por uma técnica de modificação genética. O procedimento buscou remover um gene que poderia desencadear uma forte resposta imune de um ser humano e, assim, causar a rejeição do órgão.


A modificação foi realizada pela empresa de biotecnologia Revivicor, que também forneceu o porco usado em um transplante de rim inovador feito em um paciente com morte cerebral em Nova York, em outubro de 2021.


O órgão doado permaneceu em uma máquina de preservação antes da cirurgia, e a equipe também usou um novo medicamento, um composto experimental, junto com outras substâncias convencionais para suprimir o sistema imunológico e impedir a rejeição do coração. Atualmente, as válvulas cardíacas de porco já são amplamente utilizadas em humanos, e a pele de porco é enxertada em pessoas que sofreram queimaduras. Eles são animais doadores ideais devido ao seu tamanho, crescimento rápido, ninhadas grandes e ao fato de estarem prontamente disponíveis, sendo criados para alimentação.


Fonte: AcreNews


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