Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) preferiram não responder às críticas feitas ontem (21) pelo presidente Jair Bolsonaro ao Judiciário.
Em caráter reservado, eles avaliam que qualquer tipo de resposta, mesmo em defesa dos tribunais, poderia dar início a um bate-boca público entre o presidente e os ministros. Agora, eles querem se envolver o menos possível com esse tipo de situação, para não expor a imagem dos tribunais em ano eleitoral.
O presidente disse que o ministro Alexandre de Moraes promove “perseguição implacável” contra ele. Bolsonaro criticou a decisão tomada pelo ministro de bloquear o Telegram. Ele aposta no aplicativo como ferramenta importante na campanha.
Também hoje, Bolsonaro disse que espera não ter nenhuma surpresa do TSE nas eleições. Novamente deu a entender que não confia no sistema eleitoral brasileiro. Mesmo que não tenham dado declaração pública, os ministros do STF e do TSE avaliam que a decisão de Alexandre de Moraes surtiu os efeitos desejados: ou seja, o Telegram cumpriu a decisão de bloquear os canais do blogueiro Allan dos Santos. E mais: o aplicativo informou a representação legal no país, ou seja, quem responde por eventuais excessos cometidos por meio do Telegram.
Os ministros do TSE e do STF também pontuam que a solução para o impasse com o Telegram foi a melhor possível, porque o aplicativo atendeu os pedidos de Alexandre de Moraes antes mesmo que ele fosse de fato bloqueado. Esse bloqueio efetivo estava previsto para começar hoje, mas não foi necessário, porque o ministro revogou a decisão antes mesmo de ela ser cumprida.