A Justiça de São Paulo decretou a prisão da diretora de uma escola suspeita de torturar crianças. A proprietária da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, Roberta Regina Rossi Serme Coutinho da Silva, investigada por maus-tratos e tortura, teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
A Polícia Civil realizou buscas na casa de Roberta e de familiares, porém até o momento ela não foi localizada. O caso é investigado sob sigilo pelo Cerco (Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado), da 8ª Delegacia Seccional.
O advogado de defesa da diretora, Rafael Moreira de Souza Júnior, entrou com um pedido de habeas corpus nesta terça-feira (22). Ele afirmou que o endereço da diretora está sendo preservado, uma vez que ela estaria recebendo diversas ameaças.
A Polícia Civil começou a investigar uma escola infantil na Vila Formosa, zona leste de São Paulo (SP), por maus-tratos em alunos devido à divulgação de vídeos nos quais bebês aparecem amarrados com lençóis, chorando, em banheiros.
Os pais dos alunos da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica realizaram diversos protestos em frente à instituição na manhã de terça-feira (15), com cartazes e gritos de ordem. A primeira denúncia foi registrada no início de março. Os muros da escola foram pichados com palavras de ordem como “desumano”, “crime”, “lixo” e “Justiça”, depois apagadas com tinta preta.
A polícia foi ao local para recolher os lençóis que teriam sido usados para amarrar as crianças, bem como o celular da proprietária da escola. A repercussão do caso trouxe à tona novos relatos de mães de alunos. Até o momento, 22 pessoas foram ouvidas.
Relatos de tortura
A mãe de uma das crianças supostamente maltratadas relatou que uma das funcionárias da instituição obrigou o filho a comer até que a criança vomitasse. A mãe disse ainda que a funcionária da escola colocou a cabeça do filho em um vaso sanitário até que ele vomitasse.
“Ela obrigou ele a comer cinco pratos de comida, até que ele vomitasse”, disse a mãe de uma criança que estudava na escola, localizada na Vila Formosa, zona leste da capital. “Ela ajoelhou ele no chão do banheiro e enfiou a cabeça dele no vaso sanitário e fez ele vomitar, dizendo: ‘Vomita, porque se você vomitar no chão eu vou fazer você comer de volta'”, afirmou a mãe.
Outra mãe, Vitória Costa, disse que nunca imaginou uma situação de maus-tratos em crianças dentro da instituição. “Todas as crianças do berçário que choravam muito eram colocadas em um quarto escuro até que parassem de chorar ou pegassem no sono”, relata mais uma mãe, Bruna Naviska. Uma funcionária da escola infantil afirmou que as ordens partiam da diretora. “Ela via uma criança mais chorona e fazia o procedimento”, disse.