Um garoto indígena da etnia Noke-Kõi foi atropelado por um caminhão na BR-364 e se encontra em estado grave no centro cirúrgico do Hospital do Juruá. O caso ocorreu na manhã desta sexta-feira (25), às 10:56h.
David de Souza Katukina (Vepã no nome indígena), 11 anos, voltava da escola da Terra Indígena Tamacaiã, entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá, pela lateral da rodovia acompanhado de um colega.
O caminhão de José Glaison Albuquerque Pontes — 38 anos, natural de Guajará, no Amazonas — ia em direção a Rio Branco. Testemunhas relatam que, após do acidente, o motorista desceu, cobriu o corpo da criança com uma folha de embaúba, e voltou em direção a Cruzeiro do Sul.
O Serviço de atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e chegou 1 hora depois do acidente com duas viaturas. Foi realizada uma cirurgia para conter um sangramento intenso na região do peito, e uma segunda cirurgia está em curso devido a uma fratura no fêmur. Um familiar próximo relatou ao Juruá Online que David está fora de risco, mas ainda pode ser encaminhado para Rio Branco por meio do Tratamento Fora do Domicílio – TFD.
Familiares contam que o pai da criança, Marcelo Katukina, tentou seguir o caminhão de frente branca e lona azul, mas não obteve sucesso.
O diretor da escola da comunidade, Benjamin André Katukina, juntamente ao cacique Katukina, Adriano Rosa Silva, e cacique Kamanawa, Levi Pequeno de Souza, entraram em contato com a FUNAI e vieram a Cruzeiro do Sul para prestarem depoimentos.
O motorista se apresentou à Polícia em Cruzeiro do Sul, que por sua vez foi ao local realizar os procedimentos de perícia. Em contato com à delegacia geral de Cruzeiro do Sul, o delegado Távora disse que o motorista alegou fugir por medo de sofrer represálias. “Ele não foi indiciado e estamos investigando o caso. Não pagou fiança porque não foi preso em flagrante, o próprio se apresentou na delegacia”, explicou o delegado, afirmando que o homem deverá voltar à Delegacia de Policia de Cruzeiro do Sul, mas não citou a data.
José Glaison afirma que o garoto atravessava a rodovia quando o acidente ocorreu, mas testemunhas afirmam que o menino vinha pela lateral da rodovia.