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Com cheia do Rio Juruá, 4,5 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Cruzeiro do Sul

Foto: Bruno Vinicius/Rede Amazônica

O nível do Rio Juruá continua com mais de 90 centímetros acima da cota de transbordo em Cruzeiro do Sul. Cerca de 4,5 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e foram levadas para abrigos, casas de parentes ou aluguel social. O manancial marcou 13,93 metros nesta quinta-feira (3).


Segundo o Corpo de Bombeiros, 428 pessoas de 111 famílias estão em um dos 12 abrigos públicos montados para atender os atingidos.


Ao todo, 1.010 famílias estão desalojadas e foram levadas para casa de parentes. Outras quatro famílias estão em aluguel social. Cerca de 11 bairros e 14 comunidades rurais estão afetadas pela enchente.


Com cerca de 28 mil pessoas atingidas pela enchente, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, decretou situação de emergência nessa segunda (28). O decreto foi assinado pelo prefeito da cidade, Zequinha Lima, e deve ser publicado na próxima edição do Diário Oficial do Estado (DOE).


Uma dos moradoras atingidas é a doméstica Leila Queiroz, de 48 anos. Ela mora no bairro Miritizal e disse que decidiu ficar em casa mesmo para cuidar dos seus pertences.


“A água já entrou na casa, mas ainda não fui para nenhum abrigo. É muito difícil, porque molha tudo e a gente já tem tanto sacrifício para ter nossas coisas. Vamos colocando tijolos, em cima das mesas, e assim vamos passando os dias até quando Deus abrir as portas e essa vazante chegar. A água chega muito rápido e tem coisa que a gente não consegue salvar. Estou indo por dentro da água para trabalhar”, contou.


Outro morador que ainda está em casa é o senhor Francisco Lebre, de 51 aos. Ele mora no bairro Lagoa e disse que está desempregado há três anos e depende da ajuda da família.


“Se for para abrigo, a gente acaba perdendo ainda mais nossas coisas, porque fica mexendo de um canto para outro. Ficando aqui, a gente vai subindo os móveis.”


Aposentado, o senhor Francisco Nunes Ferreira, de 70 anos, se mudou há dois meses para uma casa no bairro Miritizal, mas acabou sendo surpreendido pela enchente. “A água começou a entrar na casa e eu vim para a casa da minha filha. Deixei as coisas suspensas lá. Vou ficar por aqui até as águas baixarem. Não perdi nada, porque consegui suspender.”


Bairros alagados:

  • Lagoa
  • São Salvador
  • Manoel Terças
  • Beira Rio
  • Várzea
  • Miritizal
  • Cruzeirinho
  • Remanso
  • Saboeiro
  • Olivença
  • Cobal
Nível do Rio Juruá volta a subir e mais de 380 pessoas estão em abrigos públicos em Cruzeiro do Sul — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros

Nível do Rio Juruá volta a subir e mais de 380 pessoas estão em abrigos públicos em Cruzeiro do Sul — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros


Comunidades rurais inundadas:

  • Tapirí
  • Boca do Môa
  • Praia Grande
  • Nova Aliança
  • Variante
  • Comunidade Florianópolis
  • Humaitá do Môa
  • Laguinho
  • Tatajuba
  • Mujú
  • Uruburetama
  • Estirão do Remanso
  • Estirão do São Luiz
  • Praia da Amizade

Entre os abrigos estão:

  • Escola Thaumaturgo de Azevedo
  • Escola Maria da Conceição
  • Escola Corazita Negreiros
  • Escola Marcelino Champagnat
  • Creche Margarida Pedreira – onde estão 4 famílias que testaram positivo para Covid-19.
  • Escola Craveiro Costa
  • Escola Maria Lima
  • Escola Dom Henrique Ruth
  • Padre Arnold
  • Escola Darcy Bezerra
  • Escola Flodoardo Cabral
  • Escola Madre Adelgundes

Ao todo, seis localidades estão com o fornecimento de energia elétrica comprometido para evitar acidentes por conta da alagação.


São elas:


  • Miritizal – energia cortada parcialmente
  • Lagoa – energia cortada parcialmente
  • Cruzeirinho – energia cortada parcialmente
  • Ramal da Boca do Moa – energia cortada totalmente
  • Comunidade Florianópolis – energia cortada totalmente
  • Comunidade Aliança – energia cortada totalmente
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