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Areia é o recurso mineral mais explorado no Acre e movimenta R$ 12 milhões por ano

Foto: Reprodução

No Acre existe uma grande especulação sobre a existência de minérios como ouro, prata, diamante e ametista. Registros da Agência Nacional de Mineração mostram que várias empresas já pediram para estudar essas áreas. Porém, o que existe de fato no estado é a exploração de água mineral, barro, areia e piçarra. A areia é o recurso mineral mais explorado no estado e movimenta R$ 12 milhões ao ano.


Mais de 200 toneladas de ouro foram extraídas de forma ilegal na Amazônia entre 2015 e 2020. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Escolhas. Além do impacto ambiental, a atividade pode criar mazelas sociais irreversíveis.


A possível exploração ilegal de minérios no Parque Estadual do Chandless, no interior do Acre e maior parque da Região Norte, acendeu um alerta. Com dados de investigações da Polícia Civil, o Ministério Público Estadual (MP-AC) começou a investigar se garimpeiros do estado de Rondônia (RO) estariam explorando essas áreas em busca de minérios.


“Segundo a Polícia Civil, homens armados estariam transitando pelo parque. O Batalhão Ambiental da Polícia Militar, no mesmo expediente, em resposta à Promotoria de Sena Madureira, informou que está previsto agora para maio de 2022 um nova incursão para apurar se realmente existem esses invasores e supostos garimpeiros do estado de Rondônia garimpando no Parque Chandless”, explicou o promotor de Justiça Luiz Henrique Corrêa Rolim.


Risco ambiental

Empresários e estudiosos já entraram com pedidos na Agência Nacional de Mineração existem vários pedidos de licenças de estudos e pesquisas no território do Acre. Eles querem confirmar no estado existem prata, diamante, ouro e ametista. As suspeitas são maiores nos municípios localizados na região do Vale do Juruá.


O doutor em geografia física Waldemar Lima dos Santos falou do risco ambiental de autorizar esse tipo de exploração no estado onde há diversas unidades de conservação e parques ambientais. Ele destacou a exploração de recursos naturais seguir normativas existentes na legislação ambiental.


“Não vejo como proibido, mas não vejo com bons olhos, principalmente se tratando do Acre onde temos diversas unidades de conservação, indígenas, ribeirinhos, parques nacionais que, infelizmente ou felizmente, são áreas de proteção. Essas áreas, existindo ou não minérios, elas ficam vulneráveis caso haja aprovação de alguma medida de recurso”, argumentou.


Exploração

Por enquanto, a existência desses minérios no estado não passa de especulação. O que tem no Acre é a exploração de água mineral, barro, brita e areia. Nos últimos três anos o Instituto de Meio Ambiente do Acre recebeu 63 pedidos de licença para exploração.


A areia é que mais aquece a economia e movimenta R$ 12 milhões ao ano. Para retirar a areia do rio, é preciso respeitar o meio ambiente, a draga precisa estar a pelo menos 10 metros de distância da margem do rio para evitar erosão.


Do rio, a areia precisa vir para um ambiente de estocagem e secar de forma natural. Após ficar fininha e limpa estará pronta para comercialização.


A família do João Paulo de Assis trabalha com extração de areia. Para ele, aliar o ganha pão com a preservação da natureza é uma obrigação.


João Paulo, que herdou a profissão do pai, é presidente do Sindicato das Indústrias de Extração Mineral.


“A gente trabalha com recursos renováveis porque essa areia que retiramos do rio é renovável, ela volta e não mexemos no leito do rio propriamente dito. Então, é possível trabalhar respeitando o meio ambiente e é um produto tão importante para nossa região, que é areia, onde tudo que se vai fazer, desde obra de infraestrutura, vai areia”, contou.


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