Os dados atualizados publicados na nova edição do Boletim Epidemiológico da Tuberculose mostram que cerca de 68 mil pessoas adoeceram por tuberculose em 2021 e que o coeficiente de incidência no Brasil é de 32 casos por 100 mil habitantes -sendo o Acre o 3º em incidência, com 67,1% casos por 100 mil habitantes, taxa que só perde o Rio de Janeiro. Os três são os líderes em morte pela doença.
O Acre é também é um dos Estados com maior taxa de notificação do País, com 50,3% de casos por 100 mil habitantes.
Sobretudo, em 2020, o Acre, com 3,9 óbitos por 100 mil/hab, se incluiu entre os dez Estados que apresentaram coeficiente de mortalidade superior ao observado no Brasil (2,1 óbitos por 100.000 hab.) junto com Mato Grosso (2,2), Roraima (2,2), Rio Grande do Norte (2,2), Rio Grande do Sul (2,4), Mato Grosso do Sul (2,6), Pará (2,8), Pernambuco (3,1), Amazonas (3,6), e Rio de Janeiro (4,4).
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta principalmente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos.
A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.
A transmissão acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento. A tuberculose não é transmitida por objetos compartilhados. Os sintomas incluem tosse por três semanas ou mais, febre vespertina, suor noturno e emagrecimento.
A Secretaria de Estado da Saúde iniciou em 2022 uma ofensiva contra a doença na tentativa de reduzir as taxas a níveis aceitáveis pelo Ministério da Saúde. Foram certificados 34 profissionais em realização de PCD, o teste que avalia todos os contatos do paciente. “Não tínhamos o PCD, que é um teste feito no braço de todos os contatos, e agora temos. Fica difícil quebrar uma cadeia que não se examina os contatos”, disse ao ac24horas Eucenira Farias, coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre), lembrando que o tratamento no Acre é muito eficiente e tem a maior taxa de cura do País, de 90%.
Além disso, lembra Eucemira, 66% dos municípios do Acre já realizam o teste e a meta é avançar ainda. “Os indicadores vão melhorar em 2023”, prevê.
Por Jurua24horas