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Uma semana após as chuvas de Petrópolis, familiares falam da dor e da angústia de seguir sem notícias dos parentes

Gabriel e Luana: mãe e filho se falaram por aplicativo antes dele desaparecer — Foto: Reprodução/Redes sociais

O último contato de Luana Vila Real de Oliveira, mãe do jovem Gabriel, de 17 anos – que desapareceu em um ônibus levado pelas águas na tragédia de Petrópolis – foi pouco depois da chuva começar a cair. Até a manhã desta terça, a maior tragédia que a cidade já enfrentou havia deixado 183 mortos.


Ela conta que mandou uma mensagem para ele, pelo Whatsapp, perguntando se estava tudo bem, e Gabriel enviou uma foto do Rio Quitandinha, que mostrava que estava cheio, mas dentro de uma normalidade para a quantidade de água que caía até então. Foi o último contato de mãe e filho.


Luana só foi ver imagens do filho em cima do ônibus, tentando escapar da correnteza, quando chegou em casa e foi avisada por seu filho mais velho.


“Nunca imaginei que isso fosse acontecer. É uma sensação estranha porque você não tem notícias, você não sabe se está vivo ou morto. Não tem o corpo do meu filho. Tem horas que eu perco as esperanças, tem horas que ela volta, já que não tem o corpo. Mas com o passar dos dias, a tristeza aumenta”, diz ela que, nesta terça-feira (22), completa sete dias sem notícias de Gabriel Vila Real da Rocha.


 


Até a manhã desta terça, uma semana após a maior catástrofe que a cidade já enfrentou, 85 pessoas continuavam desaparecidas. E, quanto mais o tempo passa, maior é a angústia dos familiares.


“Como mãe, a gente pede que aconteça um milagre. Só um milagre para reverter essa história. Estou com o coração partido, mas sei que achar o Gabriel com vida, é muito remoto. Só um milagre mesmo”, diz Luana que contou com ajuda de familiares e voluntários para fazer as buscas pelo filho.


Na segunda (21), o pai de Gabriel achou um tênis do filho — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Na segunda (21), o pai de Gabriel achou um tênis do filho — Foto: Marcos Serra Lima/g1

A família Menezes também vive parte dessa dor desde que a casa de Eli José Soares de Menezes e Solange Neves de Menezes foi soterrada no Morro da Oficina – local mais afetado pelas chuvas e com vários mortos.


O corpo da matriarca foi localizado pelas equipes de buscas e sepultado no sábado (19), mas o do senhor Eli ainda não.


“Apesar de termos encontrado a minha mãe, seguimos na mesma situação, na ansiedade por encontrar meu pai e dar um enterro digno para ele. Acabar logo com isso”, disse a filha do casal Priscila Neves, de 38 anos, ao g1. 


Além da tristeza, Priscila e os irmãos Simon e Danter seguem um triste ritual de há uma semana seguir para o Morro da Oficina para ajudar nas buscas revirando os escombros.


“Tem bastante ajudando a procurar por lá, mas continuamos ajudando nas buscas. Está a mesma coisa”, diz.

 


Priscila Neves observa os escombros no Morro da Oficina, enquanto os irmãos ajudam nas buscas — Foto: Marcos Serra Lima/ g1

Priscila Neves observa os escombros no Morro da Oficina, enquanto os irmãos ajudam nas buscas — Foto: Marcos Serra Lima/ g1

Corpo desapareceu

 


A família de Lucas Rufino da Silva, de 21 anos, também segue na angústia. Eles localizaram o corpo do jovem nos escombros do Morro da Oficina, mas afirmam que o mesmo desapareceu.


“Os parentes que desceram com ele. Quero meu filho. Meu filho desceu, deixaram lá embaixo e agora ninguém acha. Eu não estou dormindo”, diz Adalto Vieira da Silva, pai de Lucas. 


Ele conta com a ajuda do tio de Lucas nas buscas pelo corpo. “Podem ter enterrado por engano, não tem outra explicação”, diz Ricardo Rufino sobre o sumiço do corpo do sobrinho.


A Polícia Civil afirma que não há confirmação da entrada do corpo do jovem no IML e que está investigando o caso para saber o que aconteceu.


Edson e Adalto: tio e pai de Lucas seguem na procura por seu corpo — Foto: TV Globo

Edson e Adalto: tio e pai de Lucas seguem na procura por seu corpo — Foto: TV Globo


Angústia dupla

 


Na família Miranda, também moradora do Morro da Oficina, a angústia é dupla. Eles seguem em busca dos corpos de Maria Eduarda Miranda Sant’Anna Alves, de 17 anos, e da avó dela, Celi Miranda Maria, de 86 anos.


Elas foram soterradas no primeiro andar de uma casa na terça-feira (15), durante as chuvas.


“A mãe dela falou para ela subir para o outro andar, mas ela não quis deixar a avozinha dela sozinha, que não andava e era acamada”, conta Raquel Oliveira Ramos, madrasta de Maria Eduarda, e que acompanha o marido, Márcio, pai da jovem, na dor e nas buscas pelo corpo dos familiares.


Maria Eduarda: família segue nas buscas por ela e pela avó da menina — Foto: Reprodução

Maria Eduarda: família segue nas buscas por ela e pela avó da menina — Foto: Reprodução

Fonte: G1


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