Por causa dos ferimentos, Sadie, de 1 ano e 9 meses, não conseguia comer ou beber água. O vírus foi passado por selinho de adulto.
“Não deixe ninguém beijar seu bebê”, alertou uma mãe aos pais em uma publicação que repercutiu nas redes, nesta quinta-feira (10/2). Sadie, de apenas 21 meses, contraiu herpes labial e passou três semanas com dor e feridas na boca após ser beijada por um adulto.
“Por favor, não deixe ninguém beijar seu bebê. Não importa quem seja ou se você acha que a pessoa vai ficar ofendida. Ainda que machuque os sentimentos de alguém, mantenha seu bebê seguro”, escreveu Leah Green, mãe da bebê.
A postagem foi publicada por uma página sobre cuidados maternos no Instagram. No texto, Leah conta que, após ser beijada nos lábios por um adulto, a filha apareceu com manchas na boca e, em seguida, teve uma febre de 39°C. As pequenas manchas se espalharam e junto delas surgiram feridas brancas. Elas se transformaram em um pus horrível, especialmente atrás dos dentinhos. Só de encostar, as feridas sangravam e ela gritava de agonia”, lembra.
Foram três semanas de agonia. Durante o período, Sadie não comia nem bebia nada devido à dor. Em decorrência da dificuldade de engolir, a pequena perdeu peso e ficou desidratada. “Ela ficou simplesmente grudada no meu quadril por quatro dias seguidos. Qualquer tentativa de tirá-la do colo já a fazia gritar.”
Com a ajuda de analgésicos, a dor passou, mas os outros sintomas só desapareceram depois de muita espera. “Ouça e aprenda com minha experiência o motivo pelo qual você não deve beijar bebês/crianças, especialmente se eles não são seus”, ressaltou Leah. “Ser mãe de primeira viagem e ver seu filho com dor é horrível. Foram três semanas muito, muito longas, então, espero ajudar as pessoas espalhando conscientização.”
Infectologista reforça os cuidados
Infectologista do Hospital das Forças Armadas, Hemerson Luiz, atenta para os riscos da contração da herpes durante a infância. “O vírus pode desencadear uma infecção generalizada e secundária devido às lesões causadas”, explica. “A gengiva e a boca das crianças ficam acometidas, gerando uma dificuldade para engolir, náuseas, gânglios no pescoço e uma possível desidratação e desnutrição.”
O Herpes-Vírus Simples (HSV) é comum e está presente em uma boa parte da população. Como explica o médico, ele fica ‘adormecido’ e passa por contato direto (como a saliva). “A infecção primária pode ser mais disseminada na infância. O vírus, após a manifestação, fica alojado”, explica. Em estado de latência, o HSV espera um momento de queda imunológica do nosso corpo para manifestar os sintomas.
O infectologista esclarece que, sim, o vírus pode ser passado por objetos “mas é bem raro”. O contato direto é a forma mais comum de infecção. Portanto, nada de beijar crianças e bebês na boca! “O ideal é afastar crianças de pessoas com lesões ativas, como aftas ou machucados labiais. Principalmente abaixo dos três meses de idade.”
O tratamento é feito com analgésico e antitérmico, para dor e febre. “O pediatra decide se faz medicação ou não. Geralmente, o tratamento também conta com a prevenção da lesão secundária.”