Um detento identificado como Lirney Jefferson de Abreu Lima foi liberado da Penitência Agrícola do Monte Cristo, maior presídio de Roraima, no entanto, a Secretária de Justiça e Cidadania (Sejuc) iniciou uma investigação para apurar “possíveis falhas” na soltura do detento. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (11).
A Rede Amazônica apurou que Lirney foi condenado a 24 anos de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico, é acusado de tortura e lavagem ou ocultação de bens, já respondeu por homicídio simples e recebeu uma falta disciplinar pro ter acesso a um telefone dentro da prisão.
Procurada pelo g1, a Sejuc, que http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistra o sistema prisional do estado, informou que Lirney cumpriu apenas parte da pena por tráfico de drogas e associação para o mesmo crime.
“O preso citado responde a dois processos, um por tráfico de drogas e um por associação para o tráfico. Ele havia sido condenado à pena de 24 anos de prisão, no entanto, teria cumprido 60% da pena, restando ainda 9 anos e 6 meses de prisão”, ressaltou a secretaria.
Em setembro de 2019, a desembargadora federal Mônica Sifuentes manteve uma decisão de transferir Lirney para o Sistema Penitenciário Federal, devido a sua “alta periculosidade”. A defesa tinha solicitado que ele permanecesse no estado para cumprir pena próximo à família.
À época, a magistrada afirmou que “o direito de cumprir a pena próximo à família não constitui impedimento jurídico à transferência do preso para o Sistema Penitenciário Federal, tendo em vista a prevalência do interesse público — preservação da segurança pública — sobre o privado”.
No documento, obtido pela reportagem, Sifuentes alegou que Lirney participou diretamente de um conflito entre facções que deixou 12 mortos, em outubro de 2016. O homem matou um detento e esfaqueou um outro.
Ainda em 2016, agentes penitenciários denunciaram ao g1 que Lirney teve autorização da direção da Pamc para receber um freezer dentro da unidade, e que mesmo tendo fugido da penitenciária duas vezes, recebia privilégios.
Na época, o governo informou que não se tratava de uma autorização individual, mas sim, coletiva, em que constava o nome de um dos reeducandos apenas para o “controle da http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração”.
Confronto entre facções
Em outubro de 2016, a Sejuc informou que 12 presos morreram durante um confronto entre facções na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. A confusão começou por volta das 15h, quando presos da ala 14 quebraram os cadeados e invadiram a ala 12.
A briga entre os presos ocorreu durante o horário de visitas na unidade. Durante o confronto, 100 familiares dos presos foram feitos reféns dentro da unidade. Os detentos estavam armados com facas e pedaços de madeira, segundo o relato de um dos reféns.
Os familiares foram liberados após equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entrarem na unidade, no fim da noite. Os presos chegaram a exigir a presença da juíza da Vara de Execuções Penais no complexo.
Fonte: G1 RR