“Tô aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia”. Este é um trecho da música “Na Sua Estante”, da cantora Pitty, mas poderia funcionar como trilha sonora da situação dos acreanos quando o assunto é casamento. Isto porque o Acre é o estado onde os casamentos menos duram, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado na sexta-feira (18).
De acordo com o relatório, os matrimônios no estado duram cerca de 9,2 anos, sendo também o único entre os 26 estados e Distrito Federal onde os casamentos duram menos de 10 anos. Até mesmo Rondônia, que vem em seguida como o segundo estado com relacionamentos menos duradouros, registrou relações com duração de, pelo menos, acima de uma década.
Vale destacar também que a média no Acre estava em 14,5 anos em 2010. Isto significa dizer que houve uma queda de 5,3 anos na duração dos casamentos. Em termos percentuais, os números caíram 36,4%.
ÍNDICES NO ACRE
Segundo dados do IBGE, 575 divórcios foram registrados no estado em 2020. A capital Rio Branco, por sua vez, concentra 44,3% deste montante, com 255 separações. Destas, 166 foram consensuais, ou seja, tiveram o aval das duas partes, e 88 foram não-consensuais, sendo 40 requerido pelo homem e 48 requerido pela mulher.
Em seguida, Cruzeiro do Sul aparece com 79 divórcios, Tarauacá com 54, Sena Madureira com 41, e Acrelândia com 26. Os únicos municípios do estado que não registraram divórcios foram Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Jordão, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.
NO BRASIL
No país, o número de divórcios concedidos em 2020 caiu 13,6% em comparação com o ano anterior. Em 2019, essa queda havia sido de 0,5%, interrompendo três anos consecutivos de crescimento. Com essa diminuição, foram realizados 331,2 mil divórcios em 2020, o menor número desde 2015.
Segundo Klivia Brayner, gerente das estatísticas de registro civil do IBGE, os registros de divórcios são importantes para compreender o comportamento social.
“A pesquisa tem por objetivo coletar as informações de divórcios e acompanhar as dinâmicas sociais em relação aos arranjos conjugais oficiais, como casamentos e divórcios. A partir desses dados, é possível compreender os aspectos sociais e as mudanças de comportamento da sociedade”, falou.
Em 2020, 215 divórcios a cada 100 mil habitantes com 20 anos ou mais foram registrados. No momento da decisão, as mulheres tinham, em média, 40 anos e os homens, 43. Quase metade (49,8%) dos casamentos que acabaram em divórcio em 2020 tinha menos de dez anos. A Região Norte, por sua vez, detém o maior número de casais divorciados com menos de 10 anos: 55,3%.