Ainda sem material para liberar os resultados de testes de Covid-19, o Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen) em Rio Branco tem mais de mil amostras à espera de análise. A expectativa era de que o reagente usado nos exames chegasse nesta sexta-feira (4).
Contudo, a gerência do laboratório diz que a empresa responsável pelo envio do material está dentro do prazo. O reagente deve chegar no sábado (5). Segundo a gerente técnica do Lacen, Janaína Mazaro, a transportadora retirou a carga da posse do Ministério da Saúde nessa quinta (3).
“Não nos esclarecem nada, mas ainda estão dentro do prazo pelas consultas de rastreio da empresa. Essa carga vem no gelo seco, que tem até uma boa durabilidade. Se não chegar amanhã [sábado, 5] vou entrar em contato com o Ministério da Saúde”, explicou.
Falta de reagente
Na terça (1º), o Lacen, que atende demandas da Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre), divulgou que a liberação dos resultados de exames de Covid estava suspensa por falta de insumos.
No comunicado, disse que ‘as amostras de swabs recebidas para realização do exame de RT-PCR para Covid-19 terão o processamento adiado por falta de reagente para realização e, consequentemente, teremos atrasos na liberação dos resultados’.
O Lacen destacou que solicitou o reagente no dia 20 de janeiro. “Ressaltamos que as análises serão retomadas normalmente assim que os meses chegarem”.
Outro laboratório que chegou a ficar sem insumos foi o Centro de Infectologia Charles Mérieux (CICM), que atende demandas particulares, dos Distritos Sanitários Especiais (Dseis), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da emergência da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre).
O gerente-geral do CICM, Daniel da Matta, explicou que as equipes estavam sem material há mais de uma semana, mas que na terça-feira (1º) o material chegou e a demanda seria atendida novamente. No período em que a unidade ficou sem insumos foram feitos apenas testes manuais de emergência.
“Existem dois tipos de exames: aquele que é o automático, que é como se fosse uma fábrica, e existe o manual. A diferença está no número produzido. O problema dos insumos é no sistema automatizado. O manual, para as emergências, a gente nunca deixou de fazer”, destacou.
Terceira onda de Covid no Acre
Em janeiro deste ano, o Acre bateu recorde de casos positivos para a Covid-19. O estado registrou um total de 12.876 pessoas infectadas pela doença, o mês com maior número de casos desde o início da pandemia. Esse total é quase que 90% maior do que o número registrado em janeiro de 2021, que foi 6.847. A explicação para o aumento é a chegada da variante Ômicron no estado.
Em meio à terceira onda da Covid-19, o governador Gladson Cameli proibiu eventos para mais de 300 pessoas em todo o Acre. A proibição começa a valer na próxima segunda-feira (7) e tem validade até 31 de março deste ano.
Se o número de casos positivos de Covid-19 em janeiro deste ano assusta, o número total de vítimas fatais reduziu em relação a janeiro do ano passado. Nos primeiros 31 dias de 2022, o Acre teve 20 mortes pela doença. Já em janeiro 2021, 72 pessoas perderam a vida para a Covid. A redução é de mais de 72% entre os períodos avaliados.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado subiu para 67% nesta sexta (4). Dos 30 leitos de UTI existentes, 20 estão ocupados, desses 18 só no Into. Lá, a taxa de ocupação atinge os 90%. São 20 leitos de UTI em Rio Branco e 10 em Cruzeiro do Sul. Com relação às enfermarias, há um total de 77 pessoas internadas, o que representa uma taxa de ocupação de 113%.
Cidades em bandeira amarela
Após registrar recorde de casos de Covid-19 em 24 horas, o governador Gladson Cameli manteve todas as cidades do Acre em nível de atenção (bandeira amarela) na classificação de risco da pandemia até o dia 28 de fevereiro. O decreto com a medida foi publicado na edição de terça-feira (1) do DOE.
Desde a última classificação do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, no dia 24 de dezembro do ano passado, as cidades do Acre foram todas colocadas na faixa amarela.
Nessa faixa os setores e atividades comerciais e sociais podem funcionar com lotação de 50% da capacidade de público.