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Cientistas detectam lepra em chimpanzés selvagens pela primeira vez

Pela primeira vez na história, cientistas detectaram lepra em chimpanzés selvagens e os sintomas se assemelham aos dos humanos, segundo estudo publicado na última quarta (13/10) na revista científica Nature.


Segundo o site americano de notícias científicas Live Science, uma equipe de pesquisadores encontrou chimpanzés infectados com hanseníase em dois países da África Ocidental: Guiné-Bissau e Costa do Marfim.


Os animais apresentavam lesões faciais parecidas com as de humanos em estágio avançado da lepra. A análise genética das amostras de fezes dos chimpanzés confirmou que os animais eram portadores da Mycobacterium leprae, bactéria causadora da doença desfigurante, de acordo com o site.


O Live Science lembra que já foram detectados casos de chimpanzés com hanseníase, mas que viviam em cativeiro. Curiosamente, os macacos avaliados pelo estudo recente são os primeiros casos não humanos da doença na África.


“Nada se sabia sobre a hanseníase em primatas selvagens. Houve relatos publicados de primatas em cativeiro, incluindo chimpanzés, com lepra. Mas a fonte da infecção não era clara, pois é possível que tenham contraído enquanto estavam em cativeiro”, comenta a pesquisadora Kimberley Hockings, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, uma das autoras do estudo, em entrevista ao site especializado.


Essa doença é uma das mais antigas associadas aos humanos, com caso identificado em esqueleto datado de cerca de 4.000 anos atrás, lembra o Live Science. Mas quase nada se sabe sobre como os chimpanzés se tornam expostos à bactéria; como a lepra é transmitida entre os animais; e por quanto tempo os macacos infectados podem sobreviver.


Os sintomas da hanseníase na pele incluem manchas descoloridas, lesões, úlceras e inchaço. Ela pode causar ainda dormência, problemas de visão e fraqueza muscular ou paralisia temporária. Casos graves e não tratados em humanos podem levar à cegueira, paralisia permanente, desfiguração facial e encurtamento dos dedos das mãos e dos pés, mas a doença tem cura.


Lesões graves nos chimpanzés


Como mostra o site americano, pesquisadores analisaram duas populações de chimpanzés selvagens: uma no Parque Nacional Cantanhez, na Guiné-Bissau, e outra no Parque Nacional Tai, na Costa do Marfim.


Imagens de câmeras camufladas nas matas capturaram 241 imagens entre 2015 e 2019 de chimpanzés com “lesões graves semelhantes à hanseníase” e úlceras em seus rostos, troncos e genitais, revela o Live Science.


Os animais afetados também apresentaram queda de cabelo, desfiguração facial, crescimento excessivo das unhas e dedos deformados, outra marca registrada da doença. Quando os cientistas analisaram amostras de fezes, encontraram evidências de DNA sugerindo que os chimpanzés estavam infectados com a M. leprae.


Cientistas identificaram a bactéria Mycobacterium leprae, causadora da lepra, por meio das amostras de fezes dos macacos (Fotos: Tai Chimpanzee Project/Cantanhez Chimpanzee Project, Elena Bersacola, Marina Ramon/Reprodução)

Fomos surpreendentemente capazes de confirmar a Mycobacterium leprae em várias amostras de duas fêmeas de chimpanzés, provavelmente mãe e filha, e uma dessas amostras foi boa o suficiente para realizar o sequenciamento completo do genoma”, comenta Kimberley Hockings ao site de notícias científicas.


Os dados genéticos mostraram que as cepas da bactéria que afetaram essas populações de primatas dos parques eram diferentes e raras, não apenas em humanos, mas também em outros macacos.


Com informações do Trendsbr


 


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