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Vereador médico que chamou diretor de hospital de ‘viadinho de m*’ é alvo de pedido de perda de mandato na Câmara

Foto: Reprodução

O vereador Ilderson Pereira (PTB) foi alvo nesta segunda-feira (24) de um pedido de perda de mandato por chamar de “viadinho de m****” o médico Anderson Dalla Benetta, diretor do Hospital Geral de Roraima (HGR). O parlamentar também é médico e fez o xingamento após ter o salário descontado por faltar a plantões na unidade. A cena foi registrada em vídeo.
O pedido de perda de mandato foi protocolado na presidência da Câmara Municipal de Boa Vista pelo advogado do diretor. No texto, a defesa acusa o vereador Ilderson de ter perdido o decoro parlamentar ao ter sido homofóbico, o que seria incompatível com o cargo público que exerce.


Ilderson, segundo o diretor do HGR e a própria Secretaria estadual de Saúde, que é responsável pelo hospital, não aceitou ter o salário descontado por ter faltado a cinco plantões e, alterado, invadiu a sala do diretor, local onde houve confusão e o xingamento.


O parlamentar é ortopedista e deveria fazer, no mínimo, 13 plantões na emergência da unidade. A especialidade dele é uma das com maiores demandas de pacientes. No dia da confusão, a assessoria de Ilderson afirmou que deveria ter tido as faltas abonadas porque estava cedido para participar como fiscal de um processo na unidade. A versão, no entanto, foi contestada pelo diretor.


“No final do vídeo, ele termina chamando o diretor do HGR de ‘viadinho de m****’. Então, nós estamos atacando esta situação, a homofobia praticada pelo vereador. Em 2019, o STF [ Supremo Tribunal Federal] chegou ao entendimento que a homofobia se equipara o crime de racismo“, explicou o advogado Samuel Weber, que assina o pedido.


Para a defesa, mesmo Ilderson tendo o feito a ofensa fora da Câmara, ele deve ser responsabilizado. Procurada, a Casa respondeu em nota que o documento foi protocolado na tarde desta segunda-feira e “agora, como é de praxe, conforme procedimento regimental, será encaminhado à Comissão de Ética para estudo do caso”.


“No pedido de perda de mandato, que é um negócio sério, há previsão tanto na Lei Orgânica Municipal, quando no Código de Ética da Câmara que o vereador, mesmo não sendo em ato dentro da Câmara, em discurso parlamentar, ele tem que manter a ética. Nós entendemos que ele cometeu um crime grave, que é a homofobia, sendo passível da perda de mantado”, disse o advogado.


A defesa indicou à Câmara testemunhas que poderiam depor a favor do diretor ofendido e pede que o caso seja encaminhado para a Comissão de Ética da Câmara. No dia em que entrou na sala do diretor havia uma reunião com a presença de outros servidores.


O vereador também foi procurado pela reportagem e, por meio da assessoria, disse que não iria se manifestar acerca do pedido de perda de mandato.


Boletim de ocorrência e nota repúdio

Após a confusão, o diretor registrou um boletim de ocorrência contra o vereador no 1º Distrito Policial. Na queixa ele indicou cinco possíveis crimes: ameaça, injúria racial, desacato, calúnia e difamação. A Polícia Civil investiga.


Em nota, a Sesau confirmou a versão do diretor Benetta e disse que “foram adotadas todas as medidas http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativas e legais contra o agressor.” A Secretaria também repudiou a atitude do vereador e informou que casso parecidos devem ser comunicados à gestão para não haver “climas de hostilidade, revolta e desrespeito a qualquer gênero”.


Com a repercussão do caso, a Associação de Travestis e Transexuais (ATERR) repudiou a atitude do vereador. “A postura é inaceitável. E, ainda, tem o agravante de ter sido cometida por um vereador, que é um agente do estado, eleito democraticamente para representar o povo, incluindo a população LGBTI de Boa Vista.


Já a Câmara divulgou, no dia do ocorrido, uma nota em defesa ao parlamentar e contra o diretor. Uma nota publicada nas redes sociais informava que a Casa “não compactua com a atitude do atual gestor” com “essa exposição midiática”. Disse ainda que as desavenças devem ser resolvidas no âmbito jurídico http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo.


O vereador é médico ortopedista e tem dois contratos com a Sesau em que a remuneração chega a R$ 57.099,21. Em um deles, recebe salário bruto de R$ 45.863,50 e R$ 11.235,71 no outro, conforme remunerações de dezembro disponíveis no portal da transparência do governo.


Ilderson está no primeiro mandato como vereador e foi eleito com 1.799 votos em 2020. Nas redes sociais ele declara apoio ao presidente Jair Bolsonaro, se diz de direta e chegou a pedir a desobrigação do uso de máscara de proteção a Covid em Boa Vista.


Fonte: G1 RR


 


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