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Unidades de saúde de Cruzeiro do Sul ampliam horário de atendimento devido surto de gripe

Foto: Reprodução

O período de virada do ano, entre os meses de dezembro e início de janeiro, tem sido marcado por um surto de gripe influenza em todo país. O Acre foi um dos estados que apresentou tendência de crescimento de síndromes respiratórias. Por esta razão, estado e município firmaram parcerias no sentido de melhorar o fluxo de atendimento aos pacientes, face ao aumento de demanda causado pelo surto em Cruzeiro do Sul.
Desde o dia 28 todas as unidades básicas de saúde estão abertas, das 7 às 17h, para atender às pessoas que apresentarem síndromes gripais. Algumas unidades estão com horário estendido para síndromes gripais até às 19 horas.
As unidades com atendimento estendido voltado às síndromes respiratórias, com médico presente até as 19 horas são: 25 de agosto, João Alves, Jesuíno Lins. De terça a sexta-feira, o posto do Aeroporto Velho terá o atendimento também estendido até as 19h.
Para o início deste ano o atendimento foi ampliado na Unidade Básica de Saúde Francisco Souza dos Santos, o Posto de Saúde do Agricultor. “Colocamos dois médicos pela manhã e dois médicos pela tarde, sem intervalo de atendimento entre os dois períodos, e mais um médico para atendimento das 17 às 19”, explica Lindomar Silva, da coordenação das ações de saúde do município.
“Nosso objetivo é facilitar o acesso do público ao atendimento, desafogando a UPA e assim diminuindo as filas e o tempo de espera”, explica a secretária municipal de saúde Valéria Lima.
A secretaria municipal também ressalta a importância da vacinação como principal meio de evitar o ‘Flurona’ – dupla infecção de Covid e influenza.
“A vacinação tem se provado o meio mais seguro contra as variantes da Covid. Quem não se vacinou tem maior probabilidade de desenvolver formas mais graves da doença”, explica Valéria Lima.
A ocorrência de casos confirmados de influenza tem estado na casa dos 200 pacientes por dia, desde o dia 28, quando o município ampliou o atendimento às síndromes gripais.
Segundo a infectologista do município, Dra. Rita de Cássia, o surto de influenza em Cruzeiro do Sul é atípico para esta época do ano. Um aumento de casos da doença é esperado, normalmente, para os meses de julho e agosto. Uma preocupação a mais é a semelhança entre os sintomas da covid-19, da influenza e mesmo da dengue em alguns casos.
“A influenza tem um quadro muito similar a Covid: febre alta, dor de cabeça, coriza, dores no corpo. É possível o paciente desenvolver simultaneamente influenza e covid, o que torna a questão da vacinação nestes casos ainda mais importante”, explica a médica infectologista. E continua: “A variante ômicrom tem se desenvolvido de forma mais leve, na maioria dos casos para as pessoas que completaram o ciclo vacinal e de uma forma mais intensa para aquelas pessoas que não se vacinaram contra a Covid”, explica.
A baixa procura pela vacina contra a Influenza também pode ser uma das causas para o aumento de casos de síndromes gripais neste período atípico.
“Infelizmente a cobertura vacinal contra a gripe, na época em que foi feita, teve uma baixa procura. As pessoas não vacinaram e o resultado desta baixa procura estamos vendo agora”, explica a Doutora Rita.
A secretaria municipal de saúde também vem buscando determinar a cepa exata da influenza que está circulando em Cruzeiro do Sul, o que ajudaria a definir as ações e o tratamento de modo mais preciso. Amostras de pacientes foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, a fim de realizar esta investigação.
A gripe demanda uma atenção especial da população. A médica infectologista recomenda a vacinação completa e a continuidade no uso de máscaras e cuidados de higiene que também são eficazes na proteção contra a influenza. Algumas pessoas devem ter um cuidado a mais.
“Há uma grande quantidade de pessoas doentes e acamadas. As pessoas que têm maior risco de uma evolução da doença são aquelas com sobrepeso, obesidade, asmáticos, tabagistas, doença pulmonar obstrutiva crônica, crianças abaixo de 5 anos, gestantes e puérperas (1 mês após o parto), hipertensão, diálise, imunodepressão, HIV e câncer. Para estas pessoas a tendência de risco é maior. Temos que continuar a utilizar a máscara. A Covid diminuiu muito, mas formos surpreendidos por esse surto de gripe atípico”, conclui.
“Esse surto de gripe nos pegou de surpresa, na virada do ano. Mas estamos colocando nossa estrutura à disposição para este atendimento, para diminuir o tempo de espera de quem busca nossos postos. Lembrando que eles continuam oferecendo a vacina contra a Covid, que até o momento tem sido a melhor defesa contra a doença, além de poder evitar casos de dupla infecção: o tal ‘Flurona’, quando as duas doenças ocorrem juntas e aumentam os riscos à saúde”, disse o prefeito Zequinha Lima.


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