Lula critica Dilma e aliança entre petistas é abalada

Durante uma entrevista concedida a uma rádio nesta quarta-feira (26), o pré-candidato a presidência, Luís Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que seu plano de governo para 2022 envolve a inserção de novas pessoas, e provavelmente a ex-presidente Dilma Rousseff não teria nenhum papel efetivo em seu eventual novo governo.
“O tempo passou, tem muita gente nova no pedaço e eu pretendo montar o governo com muita gente nova, muita gente importante e com muita experiência também. A Dilma é uma pessoa pela qual eu tenho o mais profundo respeito e carinho. A Dilma tecnicamente é uma pessoa inatacável, tem uma competência extraordinária. Onde ela na minha opinião erra é na política”, afirmou.
Durante a conversa, Lula salientou que Dilma não possui paciência necessária que a política exige durante uma conversa com aqueles que descordam de sua fala.
“Eu sou daqueles políticos que se o cara estiver contando uma piada que eu já sei, não vou dizer que já sei essa, não, conta outra vez. Tudo bem, se for necessário rir (…). Nisso eu acho efetivamente que cometemos um equívoco pela pressão em cima da Dilma (em 2016)”, salientou o ex-presidente.
Novas alianças
Acerca de sua possível formação de chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice, Lula afirmou que só será possível, dependendo do partido escolhido pelo ex-tucano.
“Se a gente vai fazer uma chapa comum depende (…) de eu ser candidato e da filiação do companheiro Alckmin a um partido político adequado que faça aliança com o PT. Espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança”, afirmou.
O ex-presidente aproveitou para exaltar a experiência de Alckmin e como isso poderia influenciar no cargo de vice presidência.
“Se tem alguém que tem experiência de ser vice é o Alckmin, que foi vice do Mario Covas (ex-governador paulista, morto em 2001). O vice está lá para contribuir, para participar. O Zé Alencar participava de todas as reuniões que eu fazia. Quando eu fazia reunião de governo, o Zé Alencar participava, falava, dava opinião, representava o governo. (…) Sempre terei dificuldade, e o Alckmin sabe disso, de encontrar alguém para substituir um companheiro como o Zé Alencar”, disse.
Lula finalizou sua fala sobre seu possível afirmando que para compor uma boa chapa, é necessário que boas relações sejam mantidas e acredita que com Alckmin, isso está garantido.
“Eu tenho confiança no Alckmin, eu fui presidente por oito anos e tive relações com o Alckmin, sempre foram relações de respeito, institucionais”, afirmou.
Críticas ao opositor
Lula aproveitou o espaço para fazer críticas ao posicionamento de Bolsonaro (PL), principalmente diante da pandemia.
“Bolsonaro é responsável por mais da metade das pessoas que morreram de Covid. E eles (Bolsonaro e o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga) continuam divulgando remédio que não serve, continuam combatendo a vacina, e dizem que crianças que morreram são insignificantes”, finalizou.


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