Daniel Carniel, apresentador de um programa na TV Adesso, de uma emissora situada na cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, foi agredido a socos e chutes na tarde da última sexta-feira, 14 de fevereiro, minutos antes de chegar ao trabalho. Com o nariz e a boca cobertos de sangue, o jornalista entrou no ar para denunciar a agressão. Para Carniel, ele sofreu um “atentado”.
“Estou começando o programa de uma maneira diferenciada, ainda não me limpei. Há poucos minutos sofri um atentado”, começou ele no início da transmissão.
O apresentador descreveu como tudo aconteceu. “O rapaz estava de tocaia, perguntou que era o Daniel Carniel. Quando falei que era eu, ele começou a me agredir fisicamente, me jogou para dentro do hall de entrada do prédio onde funciona a TV, começou a me chutar e dizia o seguinte: ‘Isso é pelas denúncias que você está fazendo na TV ‘”, contou.
Daniel disse ainda que procurou se defender. Disse que caiu no chão com os socos recebidos, e que sua única preocupação era proteger a cabeça. Contou que já tinha sido “avisado” para cuidar da segurança pessoal, e disse que o “atentado” só se deu porque foi motivado por sua atuação como jornalista.
O jornalista ainda aproveitou o espaço na televisão para mandar um recado para o agressor. “Eu não tenho medo de agressão nenhuma. E nem de nenhum vagabundo, junto com esse outro vagabundo que me agrediu, vão tentar me calar. Não vão me calar!”, começou.
De acordo com a Rádio Gaúcha, a Delegacia de Polícia de Garibaldi abriu um inquérito para investigar a autoria, as circunstâncias e a motivação do crime.
Em nota oficial, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) condenou o ataque.
“A Abraji denuncia e repudia essa agressão e cobra uma investigação rápida da polícia para que os agressores sejam punidos. É mais um ataque à liberdade de imprensa, numa escalada da violência física e moral contra os jornalistas brasileiros. Casos como o de Garibaldi não podem ficar impunes sob pena de incentivar esses tipos de agressão”, diz o texto.