O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), realizou nesta quinta-feira, 6, uma reunião de acompanhamento das cheias dos rios acreanos com a equipe técnica do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Na ocasião, foi realizado o alinhamento e planejamento para as ações de monitoramento das informações referentes ao período de cheia do Rio Acre.
O pesquisador do CPRM, Marcus Suassuna, apresentou, no formato on-line, os dados das análises elaboradas. “Em dezembro, o acumulado na Bacia do Rio Acre foi de 345 mm de chuva, sendo o segundo maior acumulado de dezembro desde 2001. Apenas em 2009 foi observado o valor superior, de 544 mm. Demonstrando que até o presente momento, as chuvas mais intensas aconteceram em dezembro de 2021, e havendo registro de pouca chuva para o início de janeiro”.
Segundo o boletim de monitoramento hidrológico da Bacia do Rio Acre, elaborado pelo CPRM, “nesta última semana (de 27 de dezembro de 2021 a 1 de janeiro de 2022), a tendência foi de elevação dos níveis do rio Acre, devido a onda de cheia que se propagou pela Bacia, oriunda de chuvas ocorridas entre os dias 26 e 27/12 na área a montante de Assis Brasil e, em menor quantidade, no dia 29/12, na região compreendida entre Assis Brasil e Brasiléia. No dia 01/01 a onda de cheia atingiu seu pico na cidade de Rio Branco, chegando à cota de 11,21 metros”.
Ainda de acordo com o boletim do CPRM, “a partir do dia 02/01 o nível do rio Acre apresentou queda em todas as estações de monitoramento. Para os próximos 7 dias, segundo o modelo GEFS/NCEP-NOAA, está prevista uma chuva acumulada da ordem de 12 mm, distribuída de forma relativamente uniforme no espaço e no tempo, cenário que, se confirmado, não causará elevações excessivas do nível do Rio Acre. Para a semana seguinte as chuvas tendem a se intensificar, estando prevista uma precipitação acumulada de 57mm”.
A diretora executiva da Semapi, Vera Reis, lembrou que todos os anos é realizada essa reunião. “É importante realizar essa avaliação para alinhar ações conjuntas e também para analisar os riscos de inundação. Em janeiro não existe previsão de alagação, mas estamos monitorando constantemente a situação com os técnicos do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental”.
Participaram da reunião a Promotora de Justiça, Rita de Cássia Nogueira Lima; o tenente-coronel José Ferreira, coordenador estadual da Defesa Civil; o major Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco; Jonas Cavalcante, secretário de Meio Ambiente do município de Epitaciolândia; representantes da Defesas Civis Municipais de Assis Brasil e Capixaba, além de dos técnicos da Sala de Situação do Cigma/Semapi, Renato Lima, Ylza Lima e Queren Luna.
Representando o CPRM, estiveram presentes os pesquisadores em Geociências Marcus Suassuna Santos e Hérculys Pessoa e Castro, além do coordenador do Sistema de Alerta de Eventos Críticos do CPRM, Artur José Soares Matos.